domingo, 25 de novembro de 2012

"Start-ups". Por que o Brasil não tem um programa de alavancagem?

Tive a felicidade de poder compartilhar, setembro último,  com cerca de 1200 pessoas de todo o mundo, o seminário sobre 'Tracking" realizado pelo Midia X, famoso centro multidisciplinar de investigação da Universidade de Stanford,  em Palo Alto, California, EUA.

Impressionante como as coisas estão caminhando nestes centros de referência de pesquisa de ponta, especialmente nos Estados Unidos. O `tracking' , na verdade, o acompanhamento sistemático de atividades individuais ou coletivas baseadas em métricas e análises matemáticas, tem sido, como me informaram os responsáveis por este programa quase que uma obsessão.

 3D Cerebral Tracking
(Google images)
Pesquisa-se comportamentos diante, por exemplo, o uso cotidiano do café, da atividade cerebral quando da aplicação individual dos aparelhos anti-apneia, como os CEPAPs, do uso dos meios de comunicação e sua referência como atividade compulsiva;  bem, ficaríamos horas e horas descrevendo e remorando os tipos de 'tracking' apresentados no seminário.

Esta metrificação, primeiramente, elimina achismos sobre os fatos que, por vezes, acreditamos ser de um modo, meramente por intuição ou associação e que tem, de fato, outra conotação ou direção. Estas estatísticas e resultados na área das ciências humanas tem efeito explosivo. 

No caso da medição de audiência tantos no meios digitais, especialmente junto às redes sociais, como nos meios de comunicação de massa, hoje também se digitalizando mundo afora, esta situação se potencializa. Temos em preparação e aqui há uma contribuição bem brasileira, destacando- se aí  os esforços da Intacto de Brasilia

Cai por terra , e já mencionei de passagem este tema neste blog  a credibilidade dos 'people meters'  instrumentos utilizados pelos institutos de medição de audiência , pois estas novas métricas, aplicadas aos instrumentos de software embarcados nos terminais residências,  medem com fidedignidade quantas pessoas estão diante do aparelho receptor de TV ou computador, ou tablets ( nestes casos, onde se está conectado a WEB as audiências são individuais e ai a questão se trata da medição de 'likes' ou reputação do portal ou sitio )

Isto através de sensores de calor ou de luz. E vem aí os braceletes com sensores que podem medir a emoção demostrada pelos usuários do meios. Estamos a beira, percebam, de uma grande revolução, inclusive nas regras de produção de conteúdo. Muitas crenças sobre o que fez ou não sucesso, formatos, etc, vão desabar. 

Isto está pulsando e se expandindo com muita rapidez nos Estados Unidos, alimentados pelos 'anjos' da alavancagem, investidores que promovem as start-ups, empresas de pequeno porte e voltadas especialmente, mas não exclusivamente,  para este novo mercado em volta das tecnologias digitais. E nesta esteira vem o desenvolvimento científico, portanto, a inovação em si, agregado ao crescimento e diversidade da produção industrial,  com a garantia para brasileiros, dos registros internacionais de propriedade intelectual.



Seria interessante termos um amplo programa de start-ups no Brasil,  com interveniência do poder público e  sob a inspiração e operacionalidade da iniciativa provada, injetando a necessária sustentabilidade aos negócios e estimulando aquilo que, entre nós,  já uma realidade,  ou seja, as pequenas e médias empresas são as maiores contribuidoras para o nível de emprego no País. 

Isto não é novidade. Mas um programa para novos empreendedores não pode ficar somente na alça do Sebrae, das iniciativas sazonais do BNDES, dos esforços do MCTi e do MDIC. Tem que tornar-se politica de Estado. 

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