quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Radio Digital. Digital ou analógico?


Recebi hoje a informação de que a Anatel vai testar em São Paulo o programa de migração das emissoras AM para a faixa de espectro hoje ocupada pelos canais 5 e 6 de de TV em VHF.

Apesar de assistir a estes movimentos com satisfação, pois trata-se da recuperação de uma faixa tradicional de serviços radiofônicos sonoros, fico me perguntando se esta migração para esta faixa equivalerá a dizer que a migração se dará de analógico para analógico.

Me explico: Hoje grande parte do mundo radiofônico resiste a migração para o mundo digital em razão de duas questões básicas: 

1. O investimento em equipamentos digitais, transmissores, antena, além dos periféricos do sistema irradiante sem falar da atualização dos equipamentos de captação, edição e pós-produção é respeitável.  

Recursos até podem ser colocados a disposição, acredito. Porém, se fizermos uma analogia com o que aconteceu com o PROTVD de 2006 , programa do BNDES para apoiar a disseminação da TV Digital pelo Brasil e que tinha uma linha para financiar os radiodifusores para compra de equipamentos em geral, veremos que seu resultado foi pífio o que não nos empresta grandes esperanças para seu exito.   

Os radiodifusores não apresentaram, em geral, garantias reconhecidas como válidas pelo banco de fomento e assim o recurso ficou por lá, intocável,  na Av. Chile no Rio de Janeiro.


2. Nenhum argumento técnico ainda rebateu a máxima que circula entre os donos das emissoras de rádio, confirmado em conversas no último Congresso da ABERT, de que não vinham vantagens em migrar para o ambiente digital, no caso das FM, pois o ganho de qualidade sonora desta transformação seria muito pequena e quase imperceptível  para o´publico. E, claro, com a mudança, os ouvintes teriam que comprar um rádio novo. 

Se somarmos ao argumento de que em vários países, salvo correção, o rádio analógico continua soberano, cabe a pergunta: Porque mudar para o digital se o AM pode transformar-se em FM analógico com investimentos novos, é verdade, mas recuperando uma banda quase perdida em termos de investimentos publicitários.

Será que teremos uma decisão da radiodifusão brasileira pelo rádio digital? O Futuro nos dirá.
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terça-feira, 30 de outubro de 2012

VER TV: 5 anos da TV Digital



Vi no site do programa VER TV do meu amigo Lalo a pergunta: Porque a Globo só coloca no ar 37% dos programas em digital? 

Acho que as pessoas precisam ser informar mais. 
Toda a programação da TV Globo é produzida em sistema Digital, porém só 37% em Alta Definição ou HD. Os outros 63% misturam licenciamentos que podem também ser em HD ou produções próprias também digitais, em Definição Padrão, ou SD. 

Ou seja, não há mais produção analógica. Há sim TRANSMISSÃO analógica de sinal até o desligamento. É muito difícil de entender isto? Outra coisa, interatividade não é uma tecnologia de produção hegemonia na TV.

A TV , aberta ou fechada, tem a capacidade de ser um instrumento de transmissão talhado para grande público em caráter simultâneo. E especialmente para transmissões ao vivo, sejam jornalisticas, sejam artísticas. 

A Interatividade poderá estar alinhada com o conteúdo do programa de TV ou ser oferecido simultaneamente ao programa sem estar a este relacionado. Estes modelos ainda estão sendo desenvolvidos em todo o mundo, especialmente nos países que mantem investimentos em TV aberta digital.

As principais questões a serem equacionadas são os modelos comerciais. Os principais veículos para se testar a interatividade em sua plenitude são, sem dúvida , os canais públicos como a TV Brasil, TV Senado, TV Câmara etc, que podem oferecer serviços públicos interativos. 

Mas não nos esqueçamos. Interatividade plena precisa de canal de retorno e canal de retorno precisa utilizar plataformas de telecomunicações, bidirecionais por natureza. 

Eis ai o mundo da convergência digital em sua plenitude.