quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal. Papai Noel digital ainda não e para todos

Estamos chegando ao final de 2012 e muita coisa mudou.
Vamos ver

O número de acessos a Internet chegou a 85 milhões. Bem verdade que os acessos domiciliares estão por volta de 27% do total de residências, chegando a 48% se somados os acessos em lan-houses, oficinas de trabalho e telecentros.



O grande exito provocado com o lancamento do PNBL, Plano Nacional de Banda Larga, foi o de baixar as tarifas gerais de uso de trafego que chegaram a descer a níveis inferiores praticados em 2010 em cerca de 50%.

Existe a grande expectativa do lançamento do vetor que carregara o satélite de telecomunicacoes da Telebrás com a perspectiva de atendimento de aproximadamente 2.400 municípios até 2014.

Entretanto, cabem algumas ressalvas importantes. A primeira trincheira desta política de universalização e massificacao da Banda Larga no Pais ficou por conta do programa Banda Larga nas escolas que conectou cerca de 65 mil escolas urbanas em todas as regiões brasileiras com trafego real de 2Mb.

Esta coesão publico-privada e, ao meu ver, uma comprovação de que estas politicas devem ser de apoio mutuo entre os setores da sociedade para que se atendam não apenas os aspectos econômicos, mas, especialmente, os sociais, cuja atratividade não e alta para os investidores.

Nestes casos, o Estado deve agir. Com regras e fiscalização precisas, com planejamento.

E, finalmente, a questão básica da infra-estrutura, com incentivos e políticas de apoio aos insumos de conectividade foram , de certa forma, equacionados. Porém, existe um longo caminho a percorrer. A fibra e um ativo caro e o investimento governamental talvez não faca frente as necessidades de cobertura nacional. O satélite foi pensado para substituir esta via.

E a pergunta final. A industria nacional, aqui exemplificada com sendo a de capital genuinamente brasileiro dará conta do recado com fornecimento que responda a esta demanda?

Todos gostariam que a resposta fosse sim. Tenho minhas duvidas sobre tal possibilidade. Gargalos de produção, custos finais e ofertas tecnologicas avançadas põem em cheque esta realidade.

Assim, avançamos em 2012. Mas os desafios de 2013 e 2014 sao gigantescos. Vamos arregaçar as mangas e buscar respostas onde toda a sociedade possa responder satisfatoriamente para que o Brasil possa estar entre os países cujo mapa digital esteja de acordo com suas necessidades econômicas e de disseminação da oferta.




quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Lâmpadas e internet móvel. O que isto tem a ver?


As lâmpadas poderão ser usadas para prover as plataformas sem fio na Rede Mundial.  

O Físico britânico Harald Hass afirmou ter desenvolvido uma tecnologia que pode transmitir dados através de conexões sem fio  mesmo a partir de uma lâmpada normal.

"Basta ligar a luz da sala e você poderá mudar na sua conexão de Internet", disse ele numa palestra em 2011, cujo conteúdo foi sintetizado por Daniel Bates do diário londrino Daily Mail.

(Google images)
Este é o  "Li-fi", ​​ou "Light Fidelity" - e que inclue o envio de dados a partir do uso de tecnologia wireless para o "white space"  ou o" espaço branco " aqueles canais ou parte destes não utilizados em seu espectro de televisão ou nos sinais de satélite. 

Obs.Vamos falar de "white space" numa dos próximas postagens


Professor Hass, da escola de engenharia da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, disse que, atualmente, as ondas de rádio utilizadas para transmitir dados  são ineficientes. 

Com telefones celulares afirmou o professor:" há 1,4 milhões estações base que podem impulsionar o sinal, mas a maior parte da energia é usada para resfriá-lo, tornando-o apenas cinco por cento eficiente".

Em comparação afirma haver 40.000 milhões de lâmpadas em uso em todo o mundo, que são muito mais eficientes.

Ao substituir antiquados modelos incandescentes por lâmpadas de LED, ele alega que  poderia transformá-los todos em transmissores de Internet.

Trouxe este texto publicado em 23 de agosto de 2011 e que não nenhuma novidade para os especialistas para sublinhar que a criatividade humana não tem limites. Os testes deste Li-Fi  parecem estar debaixo de rigoroso critério cientifico conforme declarou o departamento de Física da conceituada universidade escocesa.

Interessante concluirmos que a despeito das provas de conceito e dos modelos de negócio a serem desenvolvidos, esta ideia poderia ser a resposta para  resolver alguns dos piores problemas de segurança e defesa do meio-ambiente com a reutilização destas já aposentadas lâmpadas de bulbo
onde em vez de se gastar rios de dinheiro com o armazenamento e a reutilização de materiais provenientes destes artefatos, poderiam dar um fim racional a eles.

Entretanto muitas inovações morrem na praia. Vão de encontro a novos produtos a serem lançados,  obrigaria a formação de redes comunitárias de recolhimento das lâmpadas e igualmente seu reaproveitamento e reajuste para ser a fonte condutora desta energia que permitiria, a custo extremamente inferiores aos praticados hoje pelo mercado, a venda de infraestrutura para permitir um tráfego de dados barato. 

Agh! Isto é loucura. Não vai dar certo. Ideia de lunáticos que só ficam nos laboratórios. 

Me lembro de uma vez, na sala de espera da agência DPZ em São Paulo havia um quadro com um conteúdo muito interessante e com um titulo ultra elucidativo: 100 maneiras de matar uma ideia. 
Estas frases acima, por certo poderiam fazer parte deste rol.  Se a iniciativa privada não quer fazer, por que o Estado não olha para estas ideias e aposta nelas?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Videos interativos não são somente aplicativos.

Quando iniciamos nossa trajetória em busca de soluções para a introdução de videos  interativos no projeto de TV Digital que ora iniciamos em João Pessoa, na Paraíba, em conjunto com oito empresas mais três universidades, esbarramos nas dificuldades de disponibilizar videos de 04 ou 05 minutos com interatividade,

A razão é simples.Tudo até agora foi pensado para que aplicativos, ou sejam softwares com gadgets  baseados em linguagem HTML, exatamente como na Rede Mundial, pudessem ser oferecidos ao público. A ideia vem da disseminação global das tecnologias por IP, deflagrada através de estruturas bidirecionais, cujo desenvolvimento tem a marca de empresas focadas em países onde a oferta de banda larga é abundante e com boas condições de tráfego.  

(Google images)
Claro que este é o mundo do audiovisual, cujo acesso é pago. Quando nos voltamos para cenários como o Brasil, onde pelo menos 90 milhões de brasileiros tem situação financeira critica, sem resíduos pecuniários pára investir em informação e cultura, o panorama muda completamente. 

Por esta razão, trabalhar sobre esta plataforma de linguagem televisiva, onde se respeita e se aproveita dos formatos consagrados pela radiodifusão e que ainda são a base, junto com a linguagem cinematográfica, da produção audiovisual em todo o mundo, é, no minimo, sensato. Mas difícil, muito difícil. 

Percebemos durante a ação de João Pessoa o quanto não nos preparamos para programa o Ginga para a linguagem televisiva. E , deste modo durante as produções apanhamos muito. Desenvolvedores, produtores, radiodifusores públicos, arregaçaram  as mangas para vencer os desafios de proporcionar esta entrega de benefícios públicos oferecidos pelos níveis de governo à população. E ainda testar o canal de retorno via 3G. 

Os resultados serão mensurados pelos consultores do Banco Mundial com relatório final entregue até final de março de 2013, analisando o exito da utilização por 100 famílias do programa Brasil sem Miséria destes videos interativos com conteúdos voltados para saúde, previdência social, documentação pessoal, bolsa de emprego e um programa de movimentação bancária.

O que nos assusta neste momento é que os programas correlatos e que poderiam estar, em parte, trabalhando neste mesmo sentido, tenham seus maiores investimentos voltados para o mundo IP e geridos por especialistas em telecomunicações. Até porque estes desenvolvimentos de aplicativos já são uma realidade inexorável.   

Talvez, quando os laboratórios previstos para ajudar na disseminação do Ginga se depararem com as dificuldades de se criar videos interativos e não somente aplicativos HTML, os brasileiros, representando os 4,6 bilhões de pessoas no mundo sem Internet, mas com TV, possam se sentir incluídas.