quarta-feira, 20 de agosto de 2014

App "Secret" foi banido do Brasil. Mas ainda cabe recurso

Justiça decide banir app Secret do Brasil, mas cabe recurso

Decisão foi tomada no Espírito Santo, mas a liminar deve valer para todo o Brasil
Justiça decide banir app Secret do Brasil, mas cabe recurso




Um grupo de brasileiros se uniu contra o app Secret, que reúne mensagens anônimas dos usuários. Um deles foi alvo de boatos maldosos nesta rede social, e disse que "a ideia é banir o aplicativo do país". Objetivo alcançado: a Justiça determinou, por meio de liminar, que o app seja removido da App Store e Google Play.

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo também decidiu que o Secret deve ser eliminado dos dispositivos nos quais foi instalado - algo que Apple e Google podem fazer automaticamente nos iPhones e Androids.

Quanto ao Windows Phone, a liminar exige que o Cryptic - app para acessar o Secret na plataforma - também seja removido da loja e dos smartphones nos quais foi baixado. A liminar responde a uma ação civil pública aberta pelo promotor Marcelo Zenkner, do Ministério Público do Espírito Santo.

A solução mais sensata seria processar o autor de cada mensagem difamatória no Secret. Infelizmente, isso é muito difícil, porque a rede social não tem representação no Brasil. Zenkner explica :

Há mecanismos de remoção, mas a reclamação deve ser feita em inglês. Para entrar na Justiça, o juiz daqui tem que mandar uma carta rogatória para um juiz americano via Ministério das Relações Exteriores, processo caro e lento... Criou-se uma ferramenta de ataque a honra, ofensa, imagem sem que as pessoas pudessem se defender.

O Secret também possui uma ferramenta "Denunciar", mas ela não funciona a contento. No início do mês, a Fortune testou o sistema antibullying: uma pessoa enviou uma mensagem ofensiva (e falsa); e outra a denunciou pouco tempo depois. Após 24 horas, ela ainda estava lá. Tinha até gente que a equipe da Fortune desconhecia comentando no post para difamar o alvo (falso) do bullying.

Ele só foi apagado quando o site entrou em contato com a assessoria de imprensa. A empresa diz que demorou porque "estamos passando por um crescimento enorme (10-20x) no Brasil e Israel".

Zenkner diz que o Secret fere a Constituição brasileira, que veda o anonimato. (Nos EUA, país onde foi criado o app, as leis permitem que você se manifeste de forma anônima "desde que não viole as leis".) Além disso, o app ainda não possui termos de uso e privacidade em português, mesmo após seu lançamento oficial no país em julho - o que desrespeita o Código de Defesa do Consumidor.

A ação cita o Marco Civil da internet para lembrar que ele garante "o direito à privacidade e à liberdade de expressão", mas sem passar por cima "da intimidade e da vida privada", prevendo indenização por danos materiais ou morais.

A decisão de banir o Secret foi tomada no Espírito Santo mas, como é impossível realizá-la apenas no estado, a liminar deve valer para todo o Brasil. Apple, Google e Microsoft terão 10 dias para cumprir a decisão, deletando o Secret de suas lojas e dos smartphones de seus usuários - caso contrário, terão que pagar multa diária de R$ 20 mil. Felizmente, as empresas ainda podem recorrer.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Teoria de Kepler, so foi comprovada 403 anos depois

Computador prova teoria matemática de 400 anos

O matemático Johannes Kepler, que viveu nos séculos XVI e XVII, formulou uma teoria segundo a qual a forma mais eficiente de empilhar esferas, como as laranjas da foto, é colocá-las no formato de pirâmide. Embora tenha sido aceita em larga escala pelo comércio, a tese só foi provada no último domingo, 403 anos depois, por um computador.

O matemático responsável pelo projeto, Thomas Hayles, já havia criado uma prova matemática da teoria de Kepler em 1998, mas o resultado rendeu 300 páginas e levou quatro anos para ser revisado por 12 pessoas. Na época, apesar de todo o trabalho, o grupo disse ter 99% de certeza de que o trabalho estaria correto.

Em 2003, Hayles começou a traduzir os resultados da pesquisa para a forma computacional com o intuito de submetê-los aos softwares Isabelle e HOL Light, que teriam condições de dar respostas mais conclusivas ao problema. 

sábado, 2 de agosto de 2014

ALERTA. PORTAS USB NAO SAO SEGURAS. E AGORA?

ALERTA. PORTAS USB NAO SAO SEGURAS. E AGORA?

Com WIRED

Dois pesquisadores de segurança estão prestes a divulgar uma descoberta sobre o USB que decreta o formato como um dos mais inseguros da atualidade.

Karsten Nohl e Jakob Lell construíram provas de conceito indicando que é possível contaminar uma unidade USB sem tocar na memória flash, focando apenas no firmware que controla suas funções.

Isso significa que nem a varredura mais completa encontraria o arquivo malicioso, e que qualquer coisa que use saída USB pode ser infectada - incluindo periféricos como teclado e mouse, além de pendrives.

Eles conseguiram colocar malwares nos chips usados para conectar um dispositivo ao computador e esses arquivos maliciosos são capazes de controlar funções e alterar pastas, além de direcionar o tráfego da internet a sites de interesse do atacante. Tudo sem serem notados.

O USB pode infectar o computador ou ser infectado por ele, e em nenhum dos casos o usuário comum tem chance de descobrir. Apenas um especialista com conhecimentos em engenharia reversa poderia encontrar o problema, mas só se estivesse procurando - e o firmware não costuma levantar suspeitas.

Os pesquisadores mostrarão como isso funciona durante a Black Hat, conferência anual sobre segurança que ocorre na semana que vem em Las Vegas, na intenção de estimular as pessoas a tomarem cuidado com o USB, porque este é um problema sem solução.

O que Nohl e Lell pretendem com a divulgação de suas descobertas é fazer um alerta para que as pessoas tratem dispositivos como pendrives da mesma forma que tratam seringas: cada um só pode usar o seu. É a única forma de garantir que não haverá complicações.