quarta-feira, 30 de março de 2016

Hoje fiquei só. Propositalmente só

Hoje fiquei propositalmente só. Queria pensar, estar comigo, ouvir minha voz la de dentro, me aconselhar. E tive como num filme a visão panorâmica da luta pela implantacao da TV Digital, das açõs e interpretacoes sobre rumores que se tornaram verdade sem sê-lo e fatos que foram esquecidos por nao serem representativos de interesses por demais poderosos.
Quando vejo  o projeto de interatividade pela TV Digital ser considerado "os vagão na frente da locomotiva" e que "a politica de governo para este tema e a de nao apoiar uma tecnologia que so existe no Brasil" (sic ! ) lembro das febris discussões sobre o perfil da TV Digital, entre 2004 a 2006.
Àquele tempo,  decidiu-se pelo consideravamos à epoca, com o aceite de 1500 mestres e doutores e mais 100 universidades e centros de pesquisa brasileiros, o melhor padrāo de TV Digital do mundo.
E no decreto 5820/06 havia entre os quatro pilares de sustentação da TV Digital, a interatividade. E, claro, através da grande contribuição brasileira a este processo, o middleware Ginga. (a este ponto me vem a lembrança do rosto tranquilo, de postura firme, do saudoso e querido amigo, o prof. Dr. Luis Fernando Soares, criador da linguagem NCL e líder do desenvolvimento das especificações do Ginga).
A vida do Ginga não foi fácil. Foi fatiado e só aprovado como obrigatória a versão A para receptores. Esta fantasia em partes, nunca foi aceita pelo Luis. Ele sempre dizia: - " so existe um Ginga "
Este negocio de A, B ou C diz respeito ao tipo de receptor voltado para modelos de negócio distintos"
A questão é que esta decisão de 2009 viria a ser revista no Forum SBTVD apenas em 2015, quando por iniciativa da EBC , depois do sucesso de seu projeto Brasil 4D ( com o uso do Ginga Pleno )  com vários prêmios nacionais e internacionais conquistados, após os testes de campo bem sucedido em João Pessoa e em seguida em Brasilia.
Tivemos apoio decisivo da Anatel e posteriormente, o Ministro Ricardo Berzoini deu cores ao Conversor da TV Digital ao publicar portaria para definição das suas  especificações com o Ginga pleno.
Entretanto, como nossa reflexão solitária nos aponta, temos todo este trabalho de desenvolvimento de aplicativos sobre a implementação do Ginga e sua transmissão sob grande risco, com  a noticia sobre os Zappers (  caixinhas apenas com a sintonia de audio e video digital sem interatividade ) a serem distribuidas em Brasilia e provavelmente em Sao Paulo.
Saio deste encontro comigo mesmo com a certeza do caminho trilhado ate aqui e com a promessa de vamos rm frente, sem desistir, buscando a implantacao desta tecnologia que vai encurtar o tempo da inclusao digital das familias de baixa renda.
Nao vamos desistir enquanto tivermos instrumentos e condicoes objetivas. Podem estar certos

segunda-feira, 28 de março de 2016

GIRED decide o futuro da interatividade na TV, para o bem ou para o mal.

GIRED decide o futuro da interatividade na TV, 
para o bem ou para o mal. 


Nesta próxima quarta feira, dia 30/04 o Gired se reúne para decidir entre outros temas relevantes sobre o perfil dos conversores da TV Digital, as famosas caixinhas ou Set Top Box.

O tema complicou-se na medida em que o Dólar teve um acrescimo em relação ao Real em 2016, fazendo com que a unidade destes conversores chegassem a preços que na relação investimento/beneficiario, mostrasse números bem maiores dos estimados incialmente em 2015 e que chegasse a um número bem menor de famílias do que os 14 milhões de familias previstos no Edital de 2014.

Destacamos aqui vários pontos a serem abordados nesta reunião do Gired, a saber:

1. Como foi decidido, com a mudança de cronograma fevereiro de 2016, atingir-se-a apenas as cidades como mais 100 mil habitantes, como reflexo do compromisso do Governo Federal em cumprir com suas obrigações diante do leilão da faixa conhecida como 700MHz, compreendida entre os canais UHF 52 a 68 e assim entregá-las  aos vencedores do certame licitatório, as operadoras de serviços de telefonia móvel, Tim, Vivo, Algar e Claro até dezembro de 2018.
 O número de beneficiários do Bolsaq familia ( BF ) a serem contemplados com as caixinhas conversoras caiu de 14 mihões para 5.8 milhões.

2. Esses conversores teóricamente manteriam as especificações entregues as familias do programa em Rio Verde, GO, durante o piloto encerrado em fevereiro passado, ou seja, com a capacidade de entregar aplicativos digitais interativos embarcados e transmitidos pelo ar, adequados a implemtação do middleware Ginga completo.

Estas caixinhas teriam hoje um custo estimado em US$ 22 preço FOB, o que equivaleria a um custo internalizado de R$ 176

3. Como os recursos estimados para compra de caixinhas ( que nunca foi revelado pela EAD ) é estimado em algo perto de 1.2 bilhão de dolares, (dentro dos 3.6 bilhões destinados a migração da TV Digital)  pelas operadoras de STM citadas acima, a diferença seria utilizada para os beneficiários do cadastro único (CadUn) que reúne todos os programas sociais do Governo Federal, excluindo-se
os do BF.



4. A questão é saber que conversor comprar . De um lado há os que defendem uma maior cobertura da migração, com a oferta para as familias do CadUn com uma caixinha básica sem serviços de interatividade, ou como é conhecida tecnicamente, um Zapper.

5. Ela custaria hoje, pelos cálculos da EAD algo como US$11  FOB ou R$88,00 para compra no Brasil.

6. Por outro lado existem os que defendem um meio termo, como uma caixinha intermediaria, como menos capacidade e facilidades , mas que manteria a interatividade e os serviços.

7. Ela chegaria hoje a US$ 17 FOB, ou R$ 136, para distribuição no território nacional. Mas só estaria pronta em dezembro de 2016, com fabricação no primeiro semestre de 2017. Até lá o preço poderá ser, obviamente, outro,  ou para mais ou para menos.

8. Há ainda um terceiro grupo que advoga que deveria ser mantida a especificação de Rio Verde, como o Ginga completo e que, por consequinte, se fizesse o uso da cláusula do Edital que estipula que se não houver a cobertura completa dos beneficiários do Bolsa Família, a diferença deverá ser coberta pela operadoras  vencedoras do leilão dos 700Mhz.

O impasse está lançado. Se por um lado nós não acreditamos que o conversor de sinal digital básico, sem serviços, sem Ginga , sem valor agregado, tenha algum interesse do publico de baixa renda que vai preferir, sem dúvida, comprar um pacote de serviços de algum operador de serviços de  conteúdo por cabo ou satélite pagos por preços mais acessíveis e que virão a se consolidar, como tudo indica, com o decorrer da audiência pública da Anatel (que propõe a venda casada de pacotes de conteúdos por serviços de conteúdo audiovisual digital por satélite (DTH ) com a sintonia das TVs abertas).

Nestes caso, cujo custo beneficio tende tão explicitamente para o serviço pago, porque entregar algo como o conversor básico em franca  redundância, investindo cerca de 1 bilhão de reais nestes Zappers e que, portanto, não serão, em sua maioria, utilizados?

Chegamos ao ponto de definição.

E é necessario ainda esclarecer que a diferença citada acima dos 14 milhões de familias de beneficiarios do BF para 5.8 milhões nestas cidades de mais 100 mil habitantes, rol que encerra, teoricamente, as cidades atendidas neste projeto da EAD ( empresa criadas pelas operadoras para realizar o movimentos de compras da migração digital ) deixa de fora mais de 3.500 cidades do interior do Brasil e uma população de aproximadamente 9.5 milhões de beneficiarios do programa Bolsa Familia.

E nas regiões mais carentes de acesso a informação.


segunda-feira, 21 de março de 2016

Aplicativos interativos pela TV Digital correm risco de não existirem mais.

O projeto Brasil 4D que utiliza aplicativos interativos enviados pela TV Digital, sem uso da Internet e outros aplicativos como os do MDS e o do Mais Cultura, embarcados nas caixinhas conversoras oferecidas ao público do Bolsa Familia em Rio Verde, GO, correm os risco de serem excluidos das caixinhas do projeto de migração da TV Digital no Brasil. 

Porque? 

Por que se discute no Grupo de Finanças do GIRED  que os custos com o Zappers
( caixinhas sem interatividade ), incluindo o Cad Un ( Cadastro Único ) chega a valores superiores a R$4 bi. Isso inviabilizaria a compra de STB ( SET TOP BOX ) para 10 a 12 milhoes de familias.

Como ficariamos? 

Teríamos os 5.8 milhoes de familias do Bolsa Familia garantidos para as cidades de mais 100 mil habitantes ate dezembro de 2018 ou apenas ou teriamos Zappers para todos, sem interatividade, aumentando o número de familias a receberem o conversor sem interatividade? 

Esta última opção obrigaria a mudança da portaria do MC e do Edital da Anatel sobre o tema.