Hoje fiquei propositalmente só. Queria pensar, estar comigo, ouvir minha voz la de dentro, me aconselhar. E tive como num filme a visão panorâmica da luta pela implantacao da TV Digital, das açõs e interpretacoes sobre rumores que se tornaram verdade sem sê-lo e fatos que foram esquecidos por nao serem representativos de interesses por demais poderosos.
Quando vejo o projeto de interatividade pela TV Digital ser considerado "os vagão na frente da locomotiva" e que "a politica de governo para este tema e a de nao apoiar uma tecnologia que so existe no Brasil" (sic ! ) lembro das febris discussões sobre o perfil da TV Digital, entre 2004 a 2006.
Àquele tempo, decidiu-se pelo consideravamos à epoca, com o aceite de 1500 mestres e doutores e mais 100 universidades e centros de pesquisa brasileiros, o melhor padrāo de TV Digital do mundo.
E no decreto 5820/06 havia entre os quatro pilares de sustentação da TV Digital, a interatividade. E, claro, através da grande contribuição brasileira a este processo, o middleware Ginga. (a este ponto me vem a lembrança do rosto tranquilo, de postura firme, do saudoso e querido amigo, o prof. Dr. Luis Fernando Soares, criador da linguagem NCL e líder do desenvolvimento das especificações do Ginga).
A vida do Ginga não foi fácil. Foi fatiado e só aprovado como obrigatória a versão A para receptores. Esta fantasia em partes, nunca foi aceita pelo Luis. Ele sempre dizia: - " so existe um Ginga "
Este negocio de A, B ou C diz respeito ao tipo de receptor voltado para modelos de negócio distintos"
A questão é que esta decisão de 2009 viria a ser revista no Forum SBTVD apenas em 2015, quando por iniciativa da EBC , depois do sucesso de seu projeto Brasil 4D ( com o uso do Ginga Pleno ) com vários prêmios nacionais e internacionais conquistados, após os testes de campo bem sucedido em João Pessoa e em seguida em Brasilia.
Tivemos apoio decisivo da Anatel e posteriormente, o Ministro Ricardo Berzoini deu cores ao Conversor da TV Digital ao publicar portaria para definição das suas especificações com o Ginga pleno.
Entretanto, como nossa reflexão solitária nos aponta, temos todo este trabalho de desenvolvimento de aplicativos sobre a implementação do Ginga e sua transmissão sob grande risco, com a noticia sobre os Zappers ( caixinhas apenas com a sintonia de audio e video digital sem interatividade ) a serem distribuidas em Brasilia e provavelmente em Sao Paulo.
Saio deste encontro comigo mesmo com a certeza do caminho trilhado ate aqui e com a promessa de vamos rm frente, sem desistir, buscando a implantacao desta tecnologia que vai encurtar o tempo da inclusao digital das familias de baixa renda.
Nao vamos desistir enquanto tivermos instrumentos e condicoes objetivas. Podem estar certos
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