domingo, 11 de novembro de 2012

O Futuro da TV Digital Terrestre


Estive em setembro no IBC, grande feira européia de equipamentos e serviços do mundo da Radiodifusão  que se realiza anualmente em Amsterdam , Holanda e que reúne não apenas, um estimulante diálogo técnico com  expositores, mas oferece um estimulante conjunto de apresentações e conferências imperdíveis. 

Entre estas, pude ter acesso alguns novos rumos preconizados para TV Digital Terrestre neste tempo de convergência.  A EBU, European Broadcasting Union, que congrega os principais radiodifusores do Velho Continente, especialmente os de perfil público, distribuiu um material interessantíssimo no qual faz recomendações ao seus associados sobre o futuro da  Radiodifusão Digital Terrestre. 



Vamos visitar alguns dos pontos mais relevantes destas recomendações:

1. A EBU sugere a adoção de atitudes proativas na promoção dos interesses da comunidade da radiodifusão nos níveis regionais e internacionais

2. A discussão com reguladores e radiodifusores a cerca de uma estratégia nacional para transição para o radio digital terrestre.  

3. Esforço conjunto dos radiodifusores em desenvolver receptores de radio multi-standard ( atenção, Ministério das Comunicações, eis aqui uma sugestão dos europeus para os europeus e que admite a necessidade de receptores multi-standard ) para facilitar a transição para a radiodifusão digital. 

4. Considerar a introdução e progressiva transição para o standard  DVB-T2 na razão de cooperar com as demandas por capacitação e qualificação técnica e humana nos países onde DVB-T e DVB-T2 possam precisar de coexistência por um longo período de tempo ( Atenção, Itamaraty, vejam a  estratégia de expansão dos europeus claramente voltada para África e que deve ser, a meu ver, tema de debates no próximo encontro do colóquio Brasil-Japão.)

5.Estimular a discussão dos requerimentos de uso de espectro radioelétrico tendo em vista as decisões de uso dos meios escassos a curto e longo prazos.

6.Projetar redes digitais para uso indoor visando equipamentos de recepção móvel e portátil onde seja comercialmente factível. 

7.Considerar o perfil T2 ( equivalente ao nosso One-SEG ) como tecnologia de radiodifusão para oferecer serviços de TV para receptores móveis e portáteis. ( poderíamos estar na frente neste quesito, não acham?)

8.Encorajar as manufaturas  para integrar seus celulares com aparatos de recepção de sinal de TV. Bom tema, este para uma futura postagem. Prometo fazê-la. 

9.Investigar soluções alternativas onde a cobertura indoor dos sinais de TVD sejam inadequadas.

10.Desenvolver um conceito de transcodificação dos sinais de radiodifusão para tecnologias IP. 
- Ei, Europeus, o Ginga é um conjunto de dois padrões ITU ( International Telecommunications Union ) de middleware que já resolve esta questão-

11.Trabalhar pela harmonização do padrão Hbb ( Hybrid Broadcast and BroadBand TV ) levando em conta os interesses da comunidade de radiodifusão, assim como a  dos telespectadores e ouvintes.

12. Envidar esforços no sentido do desenvolvimento de redes hibridas e dos respectivos aparatos de recepção. 

13. Estudar a viabilidade do uso de banda larga móvel para distribuição de conteúdos radiodifundidos. Por-se em marcha  com a indústria de celulares no processo de integração dos serviços de radiodifusão e banda larga.

Quem se interessar em ler o relatório 013 da EBU completo, clique aqui

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