quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Interatividade. Quem dá mais?

A Interatividade veio para ficar com o advento da TV Digital?

A questão da interatividade na TV Digital Aberta é algo que tem sua implantação sempre colocada em xeque.

A razão deste cenário nebuloso pairar sobre a introdução de aplicativos e videos interativos junto a programação da TV Aberta e paga  se deve a alguns fatores que, de certa forma, são estranhos ao ato de interagir e se produzir conteúdos interativos para TV em geral.

Vamos refletir sobre alguns destes temas:

Desde que se produziu , por volta de 2005, sob os auspicios dos professores Luiz Fernando Soares e Guido Lemos, a fusão de seus projetos de middleware  de cujo casamento nasceria o Ginga, a interatividade passaria a integrar todo o conceito da estruturação da TV Digital no Brasil e, posteriormente, com sua expansão internacional , a dos  nossos vizinhos latino-americanos e africanos.

Muito se especulou sobre o seu uso da interatividade, através dos serviços de governo interativos exibidos através da TV Digital Aberta até hoje, restritos no Brasil ao público que detem computadores e outros aparatos portáteis conectados a serviços de banda larga. Seria excelente aproveitar  a realidade de um pais televisivo com mais de 95% de residências e que utiliza este serviço cotidiana e gratuitamente.

Mas aí começam as contradições. O Fórum da TV Digital, SBTVD, excelente iniciativa proposta pelo decreto presidencial nº 5.820 de 29/06/2006 , como todo espaço democrártico, por vezes, chega a impasses motivados por interesses diferenciados defendidos por seus atores provenientes de diversos setores da Economia, da Academia e do Governo Federal.

Por exemplo, quando se discutiu o perfil do Ginga, houve tensão. Enquanto os representantes das universidades proponenetes de sua especificação, lutavam por conquistar espaços para avanços que o tornassem convegente com as plataformas digitais IP, de processos interativos que utilizassem tanto aplicativos como videos interativos, outros segmentos do Fórum SBTVD traziam para mesa de negociação suas propostas de redução do escopo do Ginga.

Os argumentos:

Da industria de recepção - a afirmação de que, por um lado, não há mercado de interatividade desenvolvido no País que justifique investimentos pesados no chamado perfil avançado Ginga. Não há aplicativos no ar, não desenvolvimento, não desenvolveu sequer uma suite de testes e um guia de referência para garantir que os padrões sejam compativeis com as normas ISDB-T/ABNT.

Tanto é assim que o acordo das fabricas de manufatura  com o Governo Federal com relação a regra de obrigatoriedade do Ginga e que começa a vigorar a partir de 2013 está baseado no perfil A da norma e que prevê, apenas, aplicativos interativos, correlacionados como linguagem e modelo,  às lojas de aplicativos oferecidas pelas TVs hibridas, Broadcasting TVs ou Smarts TVs.

Portanto, videos interativos, que utilizam liguagem especialmente televisiva estão fora do acordo.

Da radiodifusão:  - Apesar do esforço das emissoras comerciais em afirmar que já utilizam grande espaço de sua programação para oferecer interatividade, tal ação está relacionada aos primeiros passos deste serviço como funções multi-tela nem sempre relacionadas com os conteúdos que estão sendo exibidos concomintantemente no ar e sem usar linguagem televisivia, como, por exemplo, através de vídeos interativos.  Na verdade, o que se oferta são aplicativos com a mesma filosofia de linguagem das plataformas por IP.

Como, ao contrário, o uso dos smart phones e tablets entre o público que tem acesso a serviços de banda larga em todo o mundo utilizam 60% do seu tempo de uso das redes sociais para comentar o que veem na TV Digital, seja aberta ou paga, esta informação estatistica somada a da oferta exclusiva de aplicativos pela TV Digital interativa parece extremamente incoerente.

E mais. Não há ainda modelos de negócio nem para TV Aberta Digital nem para a TV por assinatura Digital  que possam prescindir da atenção do telespectador da apresentação sequencial de comerciais inter-programas e que paga a conta destes serviços.

Assim, cabe a TV pública digital interativa e seus serviços interativos de T-governo responder a pergunta: A Interatividade veio para ficar com o advento da TV Digital?

Acreditamos ser esta TV pública Digital interativa que pode, não dependendo dos investimentos publicitários e, sim, de apoios intitucionais e de caráter cultural e educativo, oferecer esta interatividade que pode mudar o curso da história do uso da TV pelos telespectadores. 

E, com o uso pela audiência dos conteúdos interativos, somada ao já arraigado hábito diuturno de ver TV  poderemos sim, medir se este processos pode ser útil, social e economicamnte.

E, diga-se de passagem, não acredito em exibição de interatividade na TV comercial que ultrapasse a mais 15% de sua programação diária, considerando-se Portanto, tem que ser considerado este serviço como um valor a ser acrescido as receitasque já existem, sem mudanças radicais de método.   

Sobre este tema, prometemos nos aprofundar em postagem futura neste Blog.

Mas, claramente, servirá a interatividade para colocar a TV, por tanto tempo, via de uma única mão de informação, como plataforma de participação, convergindo com os serviços  bi-direcionais oferecidos pelas telecomunicações.  E assim assegurar o seu lugar no futuro

Esperamos que sim , pelo bem da própria TV Digital.


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