terça-feira, 20 de novembro de 2012

África, a velha-nova fronteira

O continente africano tem sido por séculos, alvo de disputas e ambições desmedidas. Isto tem acarretado um atraso no desenvolvimento econômico e nas condições de vida do  homem africano que não se pode mais tolerar num cenário planetário em plena era da sociedade do conhecimento.
As questões cruciais e imediatas como distribuição de alimentos, saneamento básico e oferta de qualificação e instrução tem tido como obstáculos intransponíveis o uso perverso da manutenção de um estado de ignorância estendidos à falta de estimulo a consciência dos direitos e obrigações individuais e coletivos.

 
Enquanto a sociedade letrada da Europa recebeu, considerando-se uma escala cronológica de obtenção da informação pela disseminação do saber, inicialmente  Gutenberg e a imprensa e em seguida, a chegada da comunicação de massa com as transmissões rádio e a da televisão, vê agora o alvorecer do mundo digital através da maravilha da Internet e das redes sociais. São as ondas descritas por Alvin Tofler.

A América Latina, por exemplo, não vivenciou em sua plenitude, o primeiro estágio de obtenção do conhecimento proveniente dos livros como dimensão pedagógica e educacional universal. Teve nas emissões de radiodifusão seu principal canal de informação coletivo e agora entra, com as conhecidas dificuldades de sua massificação, no mundo dos bites e bytes.

 A África, no entanto, considerando-se a exclusão de nichos mais desenvolvidos, não conheceu livros e teve, no rádio e na Televisão, apenas um ensaio de acesso ao saberes. Alguns países ainda apresentam baixas taxas de cobertura de TV, tendo no rádio seu principal veículo com percentuais que beiram a 50% de penetração.

A grande oportunidade africana  está, sem dúvida, em eliminar estas etapas e entrar diretamente no mundo digital e convergente. Como seria este desafio de enormes dimensões, possível e realizável? 
Muito se tem discutido sobre TV Digital Terrestre, aberta e gratuita e seu uso interativo como um novo instrumento de participação, de acesso à informação e a introdução do publico ao mundo ligado em rede em tempo real. 
Se hoje a TV analógica terrestre aberta se utiliza de meios de comunicação como telefone, Internet e fax para fazer com que o telespectador participe indiretamente de sua programação, com a TV Digital a convergência destas mídias (telefone, internet) passará a concretizar o diálogo entre o telespectador e a programação da emissora, através de dados recebidos e armazenados nas caixas de conversão de sinais digitais ou Set Top Box. E, acima de tudo, por um canal de retorno que possibilite a interatividade plena, bi-direcional. 
Seria plausível, para otimizar os investimentos,  aproveitar e na maioria dos casos construir para ampliar as redes de radiofusão existentes, para que, com suas torres reforçadas, abrigassem, também, transmissores de sinal de telefonia móvel e assim, disseminar os sinais convergentes.
É caro. Sua confecção será lenta. Mas vale tentar.
Recursos internacionais poderiam ser utilizados para matar a fome de conhecimento tão perversa quanto a apocaliptica fome por alimento. E assim qualificar o individuo, tornar possível  o implemento da cidadania, travando o bom combate contra a dominação e a ignorância.
Com a oferta de infra-estrutura através de rede de operação comuns, o grande desafio seria ode estimular a produção de módulos interativos que possam se tornar aplicativos para TV digital aberta e gratuita, assim como, produtos cross media e estimular:
a.  centros de fomento e de distribuição de produtos audiovisuais interativos
b.  programas de formação e capacitação mão de obra especializada na produção de conteúdos audiovisuais interativos
c. Arregimentação e estímulo aos produtores independentes regionais e ao estabelecimento de cooperativas de produção.
d. Fornecer ferramentas de software para a produção destes conteúdos;
e.Intermediação na venda de seus produtos a distribuidoras e programadores.
Por que começar na África com modelos que podem servir para paises que já contam com diversas infraestrutura em rede e  proporcionar aos africanos a oportunidade de queimar etapas, chegar diretamente ao mundo digital e entrar pela porta da frente na sociedade do conhecimento? 
O mundo deve isto a eles, não acha?

     



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