Quando por volta de abril de 2006, o governo brasileiro recebeu a missão japonesa encarregada de discutir a adesão do País ao sistema japonês ISDB-T de TV Digital terrestre, tivemos do lado oficial a surpresa em ver que a comitiva nipônica não estava preparada para discutir qualquer modificação aos planos originais de seu sistema. Não estava preparada para concessões, quanto mais para inclusões de padrões tecnológicos.
Houve constrangimento e, de certo modo, indignação em razão da situação. Ficamos com a decisão em aberto, chegamos a voltar a Europa para reiniciar contatos e em menos de vinte dias os japoneses retornaram ao Brasil com uma lista de bondades, muito em razão da lista que os europeus já haviam sinalizado .
Os japoneses, em carta assinada pela Diretoria da ARIB, ofereciam ajuda na implantação do sistema no País, além da criação de um GTC (Grupo de Trabalho Conjunto) onde se discutiriam, além da harmonização das normas, com o aceite da introdução de inovações brasileiras, igualmente as questões das cooperação tecnológica, grupo que ficou equivocadamente conhecido como o grupo dos semicondutores.
O GTC também abordaria os temas referentes ao treinamento e capacitação de nosso técnicos,, propriedade intelectual e financiamento.
Aos poucos, exceto o grupo 1, de harmonização, os outros grupos foram se esvaziando. No dia 26
próximo, termos mais uma rodada do GTC, oitavo da série, inicialmente realizado duas vezes por semestre e que há dois anos já não se encontrava. Neste encontro, apenas dois grupos, dos originais, vão se encontrar. O de harmonização e o de treinamento e capacitação.
É verdade que o lado brasileiro está apreensivo com a situação. Não é um cenário no qual se pode ficar de braços cruzados. Há questões como o futuro da TV Digital, os projetos de integração das plataformas de radiodifusão e banda larga, a internacionalização da TV Digital e as respectivas propostas de ações conjuntas. A experiência nos diz que nada será fácil.
Vamos acompanhar as novidades japoneses da integração tecnológica das plataformas digitais? Vamos aderir aos protocolos MM e do Hybrid Cast e que fazem o contraponto com a oferta européia Hbb - que faz com que o Velho Continente volte ao jogo da TV Digital em todo o mundo-?
Qual será a interpretação das regras do acordo original com relação a atualização do sistema e sobre a sua propriedade intelectual?
Os japoneses parecem não querer discutir o futuro. Afirmam que o acordo restringe-se ao acordo de 2006.
Com certeza está não é a interpretação sobre a temática do grupo 2, o da cooperação tecnológica entendida pelas autoridades brasileiras, como tendo o sentido de estender esta cooperação às novidades futuras a serem adicionadas ao sistema ISDB-T. Esta celeuma está igualmente presente no grupo 4, o de propriedade intelectual.
O grupo 5, o de financiamento só se reuniu por ocasião dois primeiros encontros. E o único ato concreto deste grupo foi a realização, sob os auspícios do JBIC, banco de fomento japonês, dos estudos realizados pela NHK/Marubeni em relação o cenário da TV Públicas no Brasil e a viabilidade econômica de um Operador de Rede de TV Digital Terrestre, a exemplo do existente em diversas partes do mundo e especialmente no território japonês. Mas isto foi em 2007. E mais nada.
O governo brasileiro vai propor a abertura de novos grupos, entre estes, os mencionados acima como temas de interesse do Brasil somado, é claro, a um, especifico, sobre cooperação na questão do Swicht Off, o apagão analógico da Televisão Brasileira.
O tema dos semicondutores merece uma postagem específica que prometo fazer mais a frente.
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