quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Acordo climático fracassa mais uma vez.


COP 19: Fracassa mais uma tentativa de acordo climático



A cúpula do clima da ONU, a COP 19, realizada em Varsóvia, na Polônia, conseguiu esboçar neste sábado um compromisso de última hora para elaborar medidas que levem a um novo acordo contra o aquecimento global.

Um acordo propriamente dito, o objetivo de todas as conferências climáticas realizadas ao longo dos anos, não foi fechado e, sob diversos aspectos, parece estar cada vez mais distante de se tornar realidade.

As negociações estiveram à beira do fracasso, e um documento final só foi possível porque as negociações avançaram um dia além do previsto.

A grande divisão esteve nas divergências entre países ricos e países em desenvolvimento a respeito de suas respectivas responsabilidades quanto à redução de emissão de gases do efeito estufa.


Pelo documento final, cerca de 190 países concordaram em elaborar "contribuições" (já que a palavra "compromissos" foi rejeitada) para um futuro acordo, que só deve ser concluído em 2015 para vigorar em 2020.

Após Índia e China terem argumentado que países em desenvolvimento não devem ter as mesmas obrigações que os desenvolvidos em conter emissões - o que levou ao principal impasse das negociações -, chegou-se a um acordo de que todos devem agir para conter as emissões.

Sem entusiasmo

Nem os ambientalistas e os diplomatas mais entusiasmados esperavam grandes avanços das negociações da COP 19.


Mas as cenas vistas nos últimos dias do evento deram a medida dos pontos de fracasso nas negociações, que pretendiam chegar a alguns acordos para reduzir o aquecimento global e mitigar seus efeitos.

Primeiro, choveram críticas ao país sede, que decidiu abrigar concomitantemente à COP uma convenção sobre carvão, um dos combustíveis mais poluentes do planeta. Em seguida, o governo demitiu o ministro de Meio Ambiente da Polônia, Marcin Korolec, que também era o presidente da cúpula, enfraquecendo seu poder de liderança.

Outra cena que marcou a conferência ocorreu na quinta-feira, quando todas as grandes ONGs ambientais e sociais abandonaram o evento por estarem frustradas com o andamento das negociações. Milhares de ambientalistas foram vistos devolvendo seus crachás e deixando o local da COP.

"Os avanços foram muito marginais e vimos até alguns retrocessos no processo de negociação que pretendia pavimentar o caminho para a COP de Paris (2015)." disse Bruno Toledo, membro do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que foi a Varsóvia acompanhar a cúpula.



A meta das últimas cúpulas da ONU é alcançar, daqui a dois anos na França, um novo entendimento global a fim de substituir o Protocolo de Quioto - o acordo internacional que restringe as emissões causadoras do efeito estufa e que expira em 2020. Vilões

Mecanismo de perdas e danos

Um ponto importante que avançou nas negociações do clima neste sábado foi o disputado mecanismo de perdas e danos.

O mecanismo consiste em recompensar países vulneráveis e ilhas que sofrem ou sofreram com eventos climáticos extremos, como o tufão Haiyan.



Países que têm sofrido com esses problemas pedem que o mecanismo ofereça ajuda financeira para lidar com os efeitos de eventos causados pelo aquecimento global.

Mas o mecanismo acordado na COP 19 causou decepção entre países vulneráveis, já que ele ficará sujeito a especificações e seu financiamento não foi especificado.

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