sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Nos EUA, os jornais digitais crescem. Nos países emergentes, o impresso ainda tem espaço


Total de assinantes digitais do The New York Times cresce 35%. Nos países emergentes o quadro é outro.

O número de assinantes digitais de jornais do grupo New York Times Company (que edita o New York Times e o International Herald Tribune) cresceu 35% no segundo trimestre deste ano face a igual período de 2012.

No total, a empresa tinha no segundo trimestre 699 mil assinantes das versões digitais. No primeiro trimestre, eram 676 mil. O número aproxima-se da circulação da versão impressa do New York Times, que é de 730 mil exemplares na semana.

O New York Times adoptou em 2011 o sistema de «paywall poroso» (que passa a cobrar depois de um número máximo de cliques).



O aumento no número de assinantes digitais permitiu que a empresa tivesse um lucro líquido de 20 milhões de dólares no segundo trimestre, face a um prejuízo de 88 milhões de dólares no mesmo período de 2012.

Segundo Mark Thompson, presidente da empresa, a estratégia de não oferecer conteúdos gratuitamente está a ter sucesso e deve ser reforçada. Em Junho, o jornal passou a cobrar dos leitores que acedem a mais de três artigos por dia através de smartphones.

Num mundo em que cerca de 2 bilhões de pessoas -segundo o Internet World Stats -, 20 milhões deles brasileiros (pelo DataFolha), usam as plataformas digitais diariamente em busca de informação, a extinção dos meios tradicionais de informação há tempos era dada como certa. Mas o bom e velho jornal de papel, após forte queda no início da década, superou as expectativas, vem recuperando seu espaço com um crescimento constante desde 2009 e administra bem o relacionamento com a web. Em 2012, a circulação média de jornais pagos auditados pelo Instituto Verificador de Circulação - IVC  - chegou a 4,52 milhões de jornais no país (gráfico abaixo), uma marca histórica. E, de acordo com estimativa da Associação Nacio nal de Jornais a circulação nacional bate 8,802 milhões de exemplares, incluindo gratuitos e não auditados pelo IVC.

Em média, no Brasil, os jornais pagos tiveram um crescimento de 1,8% em relação a 2011 (gráfico abaixo). Naquele ano, o líder em média de circulação no país foi o Super Notícia, de Minas, com 293,5 mil exemplares por dia. Embora ainda não tenha recuperado a marca histórica de 2002, quando chegou aos 346,3 mil exemplares/dia, a Folha de S.Paulo assumiu a liderança com 297,6 mil em 2012. Mas é preciso considerar o aumento no número de publicações em circulação no Brasil, que dez anos atrás era de 2.684 e hoje quase dobrou, para 4.214.


Nos Estados Unidos a situação é a inversa, com os jornais perdendo espaço para as mídias digitais. Mais da metade (54%) dos adultos americanos usam aparelhos digitais para ficarem por dentro das notícias e 23% usam dois aparelhos para ficarem informados. E a indústria dos jornais impressos teve uma queda de 43% desde 2000. Para o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira, essa é uma situação comum nas nações de primeiro mundo, enquanto nos países emergentes o cenário é de expansão:

O Brasil tem uma situação específica no mercado global de jornais. Enquanto nos Estados Unidos e na Europa a circulação vem caindo, em países como Rússia, China e Índia esse é um mercado a ser conquistado. O aumento do poder aquisitivo, uma melhor distribuição de renda, a economia crescendo e novos consumidores surgindo, com um número maior de pessoas se alfabetizando, por exemplo, acabam refletindo nos leitores de jornais. Basicamente é isso que tem beneficiado o crescimento dos jornais impressos nos últimos anos.


fonte: The New York Times/Brasil

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