quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Dr. Nicolelis tem vitoria contra o mal de Parkinson

Equipe de Nicolelis cria técnica que reduz dano do Parkinson

Estudo liderado por Miguel Nicolelis confirmou potencial uso da estimulação elétrica da medula espinhal como tratamento de longo prazo de sintomas do Parkinson

Estímulo elétrico em roedores para pesquisar tratamento a longo prazo da doença de Parkinson




























Estímulo elétrico em roedores: experimentos mostraram que movimentos lentos e rígidos dos animais foram substituídos por comportamentos ativos com o tratamento 


O exoesqueleto robótico que fará uma criança tetraplégica dar o chute inicial da Copa do Mundo não é o único projeto do brasileiro Miguel Nicolelis. Um novo estudo liderado pelo neurocientista confirmou o potencial uso da estimulação elétrica da medula espinhal como tratamento de longo prazo dos sintomas motores da doença de Parkinson.

O trabalho é uma parceria do Centro de Neuroengenharia da Universidade de Duke e de IINNELS. O artigo foi publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, nesta quinta-feira (23).

A pesquisa apresentou avanços no tratamento do Parkinson com a estimulação elétrica da medula espinhal em roedores. Segundo o artigo, a técnica – em longo prazo – conseguiu reduzir os tremores e danos na locomoção de camundongos com a doença. Além disso, protegeu neurônios cerebrais de uma possível deterioração.

A doença de Parkinson é causada pela perda progressiva de neurônios produtores de dopamina, uma molécula essencial no cérebro responsável por controlar o movimento e o equilíbrio.



A pesquisa de Nicolelis começou em 2009. Na época, a revista Science publicou um artigo sobre a criação de um aparelho de estimulação elétrica para roedores com baixo nível de dopamina, uma das características da doença de Parkinson.

Os experimentos mostraram que os movimentos lentos e rígidos dos animais foram substituídos por comportamentos ativos com o tratamento. A aplicação da técnica em longo prazo teve resultados promissores.

As cobaias receberam estímulos elétricos duas vezes por semana, por 30 minutos, durante seis semanas. A melhora nos movimentos foi expressiva e houve reversão da perda de peso severa. Os primeiros resultados apontam também que os animais não sofreram danos neurológicos.

Além dos sintomas, a estimulação foi associada a uma melhor sobrevivência dos neurônios. Os resultados sugerem que o tratamento protege contra a perda ou dano dos neurônios.

Os experimentos já foram feitos em um pequeno número de seres humanos em todo o mundo. No futuro, a terapia pode se tornar uma alternativa ao uso de medicamentos que reduzem os danos da doença, mas que têm efeitos colaterais e que perdem a eficácia ao longo do tempo.

Os pesquisadores continuam a investigar como estimulação da medula espinal funciona. Também começarão a explorar o uso da tecnologia em outras desordens motoras neurológicas.

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