As novas possibilidade de uso da radiodifusão no mundo convergente.
Andre Barbosa Filho, PhD
A Televisão Digital Terrestre nunca foi
utilizada no mundo em sua potencialidade, razão pela qual suas
facilidades foram apresentadas ao publico apenas parcialmente, ou
mesmo, "engavetadas" pela indústria de equipamentos
eletroeletrônicos de recepção.
A razão da portabilidade, multiprogramação,
interatividade com canal de retorno no ambiente TVD não terem sido
exploradas a contento pode ser explicada por vários fatores, mas um
se destaca por ser, ao certo, a raiz da questão: a avassaladora
penetração da Rede Mundial e todas as suas incríveis ofertas de
acesso a informação.
Apesar do fato concreto apresentar um cenário transformador, neste inicio do século 21, onde a disseminação da Internet de Alta Velocidade passa a ocupar o protagonismo entre as redes de distribuição de conteúdos, não deve passar desapercebido dois fatores fundamentais que explicam que este reinado não esta, de modo algum, implantado e consolidado em todas as diferentes sociedades.
Apesar do fato concreto apresentar um cenário transformador, neste inicio do século 21, onde a disseminação da Internet de Alta Velocidade passa a ocupar o protagonismo entre as redes de distribuição de conteúdos, não deve passar desapercebido dois fatores fundamentais que explicam que este reinado não esta, de modo algum, implantado e consolidado em todas as diferentes sociedades.
O primeiro, claro, diz respeito a
infraestrutura que permite a oferta e o acesso a Internet Banda
Larga em todo planeta mostrando-se escalável apenas onde ha
renda per capita e
garantia de retorno do investimento. Nas regiões onde existe a
existência de grandes bolsões de pobreza, o progresso chega
devagar e para poucos, numa perversa construção que,
obrigatoriamente leva a formação de contingentes de bilhões de
excluídos do cenário WEB.
Em seguida, a próprio modelo econômico de
entrega de conteúdos áudio visuais proposto pela tecnologia
bidirecionais, em IP (Internet Protocol) que privilegia a retribuição
econômica pelo cidadão ao acesso da informação, com a expectativa
de monetizar e remunerar cada contribuição ao segmento da cadeia
de produção destes conteúdos, desde produtores aos empacotadores e
distribuidores.
Assim, o que era uma oferta gratuita de acesso
( ou da gratuidade indireta, pois o preço desta oferta estaria
embutido no produto vendido ao consumidor que, portanto, pagaria a
propaganda do anunciante inserida na grade de programação das TVs e
rádios ) passa a ser diretamente pago pelo cidadão.
Nos
Estados Unidos, um fenômeno de comportamento vem sendo objeto de
atenção do setor de informação e comunicação:
o “cord-cutting”. Trata-se
de escolha pelos espectadores, de modelos que atendam necessidades
atemporais de uso dos dispositivos, ou seja, sem que sejam obrigados
a atender a horários fixos de transmissão, criando assim, a cultura
por demanda(“ on
demand”).
Esta dinâmica que vem sendo utilizada por um
numero cada vez maior de pessoas em todo mundo, gera um cisão no
interesse de uso entre grades fixas de programação, modelo usual da
TV aberta e gratuita como também, da TV a Cabo ou por Satélite.
Surgem os formatos OTT ( Over
the Top ) e VOD ( Video
on demand ), onde os conteúdos
audiovisuais são transmitidos pelas redes de telecomunicações e
ofertados em portais multi-tela onde se pode escolher a qualquer
tempo, seu filme, serie ou programa favorito.
Os números atuais vem mostrando que os modelos
OTT e VOD vem sendo preferidos em detrimento dos serviços de cabo ou
satélite. Este e o fenômeno “cord-cutting”, pois
para assinar os novos serviços dos portais “on
demand”, um numero expressivo
de pessoas vem cortando suas assinaturas das modalidades de TV paga
com grade fixa.
Mas o mesmo não se da com a TV Terrestre
aberta e gratuita. Números recentes das agencias de pesquisa como
Nielsen e Gallup mostram que em 2014, a audiência deste modelo
gratuito cresceu de 9% para 17%, perfazendo um crescimento real de
90%. Porque? Por que se utiliza esta plataforma gratuita, para
transmissão de programações AO VIVO, que somam a assinatura das
plataformas por demanda. São jovens, estudantes, profissionais em
inicio de carreira, grupos de baixa renda que estão a utilizar
conjuntamente os serviços
A este cenário se poderia somar outro, o da
disruptura. Um fator que coloca conceitos como economia de escala e
processos de cauda longa em xeque, pressionados pelas formas e
características da economia por nichos, posição mandatória do
consumidor e oferta de dispositivos customizados
Como conclusao podemos dizer que os quem tem a
banda larga na porta de casa, vem escolhendo, dentre as inumeras
ofertas disponiveis, as mais econômicas e que lhes satisfaçam. Quem
não tem banda larga ( 4,6 bilhões de pessoas em todo o mundo ) tem
na comunicação por radiodifusão, radio e TV abertas, o único modo
de conhecer o que passa, instruir-se e divertir-se.
TV Terrestre Digital vem chegando lentamente,
vencendo preconceitos e lutando com suas próprias vísceras por
tornar-se o que, potencialmente, já o e: uma plataforma moderna, com
facilidades que devem se ombrear a outras congêneres digitais, desde
que vista pelo Poder Publico e pela Sociedade na o uma tecnologia
ultrapassada, o que definitivamente não o e, mas uma estrutura de
informação que chega gratuitamente aos lares, e que a tornam
competitiva
E a
covergencia de mídias, rapidamente, o que e?
A
convergência das mídias está surge simultaneamente com a revolução
digital, que nasceu com a cultura do computador como um "mediador
da comunicação". No século passado, ele era apenas uma
máquina de processar números e, de repente, na sua evolução,
começa a absorver outros sistemas de linguagem.
Vc. ja ouviu falar sobre o “Videotexto”? E uma espécie de a “Idade da Pedra da internet”. Nesse trabalho aconteceu uma coisa fantástica: a linguagem verbal saltou do papel para a tela eletrônica. Então, a gente mal consegue imaginar o significado que isso teve e continua tendo.
O
computador absorve essa linguagem, traduz numericamente e devolve na
tela pra nós exatamente na sua forma original. Você recebe a imagem
como imagem, a palavra como a palavra, o som como som e o vídeo como
o vídeo.
Isso é chamado de convergência das mídias, ou seja, é quando tudo converge para o computador, somada a capacidade que a máquina tem de nos devolver essas linguagens como elas são originalmente.
Jenkins afirma em sua obra que esta convergência de linguagens terceira estética, por sua vez, chega munida de poderes que poderão revolucionar as ideias, o pensamento, o comportamento e a criatividade artística tanto por parte do produtor da arte quanto do receptor, que nesse momento especifico também se hibridiza em sua relação com a obra, pois, ele passa a ser ao mesmo tempo construtor, executor, emissor e receptor deste projeto artístico. “Lembrem-se disto: a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final.”
E
pensando na convergência como processo:
Percebemos
que os exemplos que são produzidos em coletivos como este que ora
compartilhamos, são representantes desse momento de elevação, onde
a ação do artista integral, e a maneira com que ele utiliza uma
ferramenta reformulam toda a tradição da construção e
desenvolvimento das artes em geral, como também a sua recepção em
novos territórios e públicos diferenciados.
Essa tríade
- arte, tecnologia e convergência possui um caminho próspero no
contexto contemporâneo. Penso que não estamos distantes ou perto
dessa quebra de paradigma nas artes, mais sim, estamos dentro do
próprio.
E por estarmos dentro dele, ainda relatamos a complexidade de algumas pessoas em entender que esta arte expandida não se estabelece através de uma linguagem; a coletividade e o hibridismo de várias linguagens é quem fornece os parâmetros de sua existência artística e comunicacional.
O
conversor com Ginga C e que poderá ser distribuído para inscritos
no Bolsa Família criará ate a possibilidade de levar a banda larga
para pessoas carentes, usando a transmissão pela TV assim como a
penetração pela radiodifusão com controle total pela radiodifusão.
E todos podem ganhar com isso. Basta estabelecer modelos de negócios
compatíveis com a renda dessas famílias. A “caixinha” não é
só para TV, é uma “caixinha” integradora. E com isso, a gente
vai avançando para que esse público enorme, que ainda não tem a
possibilidade de receber fibra [óptica], uma internet fixa, usar o
canal retorno por 3G ou 4G para ter acesso à web. Ao mesmo tempo,
usar novo modelo de negócio como uma nova fonte de renda para a
radiodifusão.
A
base de tudo isso está no desenvolvimento do Ginga completo, o Ginga
Full, porque o que foi proposto inicialmente quando de sua inclusão
nas normas UIT-R, não foi discutido como possibilidade real e se
tornado recomendável por norma da ABNT. Assim, o FORUM SBTVD não
levou em conta a normatização da totalidade das linhas de
código do middleware Ginga. A indústria de recepção, fatiou
estes protocolos e colocou como regra opcional o Ginga
1.0 por interesse negocial. Deste modo se privilegiou a TV conectada,
ao contrario dos princípios do SBTVD que deveria trabalhar para
trazer e assegurar, entre outros, os benefícios da interatividade .
Agora, com o adventos do apagão, somado a oportunidade de acesso aos
recursos advindos do Edital de venda do espectro 698 a 806 Mhz,
sugere a oportunidade de uso, privilegiando os serviços
públicos, daquilo que se chama de Ginga C ou 3.0. Ele tem
alguns protocolos que permitem a interatividade, vídeos dinâmicos e
uma série de leituras de mídias previstas para utilizarem a
linguagem IP convergida com a BTS, linguagem especifica de transporte
audiovisual pela Televisão.
E
bom que se diga que, no mundo, tal plataforma nunca teve seu
desenvolvimento completado. Não que os países como Itália, que
chegou bastante longe, a França e até a Alemanha, não tivessem
caminhado nesta direção ha anos atrás. Esses países não
tiveram interesse em dar continuidade ao desenvolvimento da
interatividade por radiodifusão em razão da oferta outros serviços,
naturalmente bidirecionais que consideram prioritários, como a banda
larga. Entretanto, as noticias recém chegadas do grande mercado
tecnológico do mundo, os EUA, dão conta que
o broadcasting está
sendo visto atualmente de outra forma, não só como aquela televisão
linear do modelo em vigor, mas usado para convergir com outras formas
de plataformas digitais.
De
qualquer maneira, para o panorama brasileiro faltava desenvolver um
teste de conceito e empresa publica de comunicação publica, EBC o
fez através do projeto "Brasil 4D". Incialmente, em 2013,
em Joao Pessoa, na Paraíba, onde em 100 residências de
beneficiários do programa "Bolsa Família" instalou-se
conversores e antenas externas de recepção para o acesso de
aplicativos audiovisuais ( HTML + BTS)de saúde, emprego, educação,
aconselhamento financeiro, retirada de saldos e extratos bancários,
etc., com apoio de 12 empresas privadas, três universidades e do
Banco Mundial.
Desde
2014, esta se testando esses conversores em 50 casas em Samambaia, no
DF. O teste chega agora em 350 casas na Ceilândia com o aval do novo
governador do DF. Esta também se conversando com a fechando com a
Codab [Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal]
um acordo para licitar 30 mil unidades habitacionais do programa
"Minha Casa Minha Vida" com conversores do programa "Brasil
4D" .
O
perfil técnico dessa “caixinha” prevê um hardware com porta
USB, externa para fazer conexão com conexão 3G (não
incluída) e com cachê de memória suficiente para reduzir a
latência, possibilidade de colocar memória flash de
256 K e cartão de memória de até 16 Giga (não incluído), na
perspectiva de se colocar um numero maior de aplicativos caber mais
aplicativos. Ja se esta trabalhando na correção remota pelo ar dos
dados e também de vídeos através de tecnologia PUSH-VOD. Ou seja,
você carrega os vídeos de madrugada e os vídeos anteriores ou
desparecem ou irão para um repositório em nuvem (existira na tela
um aplicativo para abrir essa nuvem e ter acesso a lista de
aplicativos fora do carroussel de
dados. E os novos, obvio, estarão embarcados no carroussel e
disponíveis no memory card,
com todos os aplicativos embarcados. Isso leva o conversor a ter
configuração similar a dos smartphones, PCs e outros equipamentos
de informática.
Isso
coloca a TV aberta em um mundo digital com modelo de negócio
convergente. Até agora no mundo não tinha sido feito isso, porque
todo mundo optou por se fazer o procedimento interativo por meio de
IP. Foi o Brasil, junto com esse grupo todo, EBC, Harris, D-Link,
Totvs, MecTronica, Spinner, Ebcom, Intacto, Oi e Ei-TV!,
universidades e tantos outros que participaram desse projeto, que
iniciaram esse movimento.
A
publicação da portaria No 481,
DE 9 DE JULHO DE 2014 deu
contornos as especificações mínimas para o conversor
digital. Deixou de estar expresso temas como a porta HDMI (A
própria indústria de recepção já considerou a importância desta
porta para atender TVs analógicas ou digitais sem conversor
embutidos - manufaturadas de 2008 a 2011). Além do mais, não
existem hoje conversores a disposição no mercado - mesmo os
zappers,
só com processadores de áudio e vídeo, sem middleware - que não
contenham este input HDMI. Resultado: sem
este perde-se a alta definição nestes aparelhos sem
conversor built-in,
que só teriam como conectar-se aos conversores por vídeo componente
ou vídeo composto, que garante uma definição de apenas 420 linhas,
uma resolução muito parecida com a da TV analógica. Com o HDMI, a
TV aberta garante, como sabemos, qualidade superior de resolução de
imagem e vídeo, melhor, inclusive, do que oferece o DVB-S na TV a
cabo.
Antena
interna não funciona para a migração analógico-digital conforme
se verificou em 100% das testes do programa Brasil 4D. Não é que
antena interna não funcione para TV digital, mas é um risco muito
grande por das interferências, especialmente com o sinal 4G/LTE. Se
a gente fizer em escala, vai ficar muito barato.
Paralelamente,
a Anatel ficou de conversar sobre conexão com as operadoras, seja
por meio de uma política de contrapartida ou de política pública,
para que o chip de dados, que já existe no mercado, possa ter um
preço acessível pago pelo próprio consumidor. Ele usa um pacote de
dados que ele não paga, mas se ultrapassasse a franquia, teria
condições de arcar com o valor reduzido. Isso é uma coisa que
precisa ser estudada, para garantir que esse conversor possa ser mais
um canal de inclusão digital.
Para
produção do hardware, tem várias empresas interessadas.
Recentemente, a Anatel reuniu uma sete empresas, nacionais e
estrangeiras, para conversar. O Fórum SBTVS fez o mesmo. 28 empresas
responderam. A questão é saber sobre a implantação do protocolo
3.0 do Ginga e saber se essa implantação será pública, aberta. A
TV digital sempre foi software livre, código aberto e não pode ser
diferente agora quando estamos falando de baixa renda na TV digital.
A
televisão está em 98% dos lares e poderemos chegar, como pretende o
MiniCom, a 93% em 2018 e isso significa que essas pessoas passam a
ter a possibilidade de receber as informações digitais,
transmitidas por broadcasting . Vamos criar um atalho para a oferta
de banda larga. E as operadoras não vão deixar de ganhar dinheiro.
Ao contrário, com o modelo novo de canal de retorno, pode se ampliar
para outras ofertas de pacotes. Precisamos da cooperação da
iniciativa privada para isso.
Vamos
deixar bem claro. Baixar aplicativos audiovisuais pela TV significa
manter a primazia e controle da transmissão pelo radio difusor. E
através do seu play-out que
os dados chegarão as residências:
1.
SIMULTANEAMENTE ( característica única da radiodifusão. a Internet
não conta com esta prerrogativa )
2.
COM SEGURANCA ( transmissões radiodifundidas não estão sujeitas a
hackers )
3. COM
MAIOR USO DE BANDA ( Dentro do espectro de 6Mhz o uso de apenas 0.5Mb
ja seria um especo muito superior ao oferecido nas taxas de trafego
de dados negociado em nosso Pais )
4.
COM A NEGOCIACAO DESTES SERVICOS TENDO SEU PROTAGONISMO PELA
RADIODIFUSAO ( Claro haveria que mudar a lei de radiodifusão neste
ponto, permitindo que o radio difusor possa vender seu transporte
broadcasting para dados e não apenas para conteúdos audiovisuais.
Assim criar-se-ia espaços de negociação para serviços interativos
com canal de retorno e de overflow para OTT com as empresas
telefônicas ainda com posição de forca. Hoje a cobertura
hegemônica da TV chega a 98% da TV analógica. A obrigação legal
fala em 93% parta o serviço digital. Tal cobertura será alcançada
no nivel nacional pela banda larga em curto espaço de tempo?
Não cremos, infelizmente. Seria uma grande oportunidade para a
radiodifusão fazer ensaios com as agencias de publicidade com
conteúdos interativos. Esta convergência ja e uma realidade nos
EUA. Pouco a pouco o OTT vem se tornando o modelo preferido de acesso
ao audiovisual.
A
caixinha conversora deve ser manter como esta configurada no Brasil
4D, com implementação Ginga C 9 Java + NCL /lua ) configuração
básica, que permite ter uma conexão com a banda larga 4G ou 3G e a
serviços públicos ( não inclusos na caixinha ). Ela não impõe
modelos. Ela deixa a porta aberta para soluções futuras. Mas devera
ter o Ginga C , porta HDMI e as configurações básicas de
processamento com as entradas estabelecidas e SEM INCLUSAO NO CUSTO
DA CAIXINHA DE CONEXAO E ARAMAZENAMENTO ) para deixar um Irremediável
LEGADO com aconteceu em casos análogos na EUROPA
O
custo da implementação do Ginga C e do Ginga B e praticamente o
mesmo.
ELA
NAO TERA CONEXAO DIRETA NO GINGA QUE PERMITA BAIXAR APLICATIVOS DA
WEB( apesar de possível, se quisermos no futuro).
A
conexão poderá ser gratuita ou paga. São várias possibilidades
que a Entidade Administradora da migração vai decidir.