quarta-feira, 19 de junho de 2013

E o Ginga vai ficar de fora nos EUA?

Testes como tecnologia ortogonal nos EUA não inclui Ginga.

Relatórios sobre a decisão da FCC (Federal Communication Commission) orgão estadunidense de regulação e controle dos serviços de radiodifusão para permitir que a emissora WNUV-TV em Baltimore execute testes com o sistema europeu de TV Digital DVB-T2 tornaram-se intrigantes não apenas em relação ao que foi incluído nestas provas como sob o ponto de vistado que foi deixado de fora em desacordo com as as informações oficias. 

Explicamos.

A título de informação, os EUA, é claro, não usa padrões DVB para fins terrestres, mas um padrão chamado ATSC. Aqueles de nós com memória dos fatos vai se lembrar das batalhas violentas que ocorreram entre os dois padrões rivais na década de 1990, antes do lançamento da TV Digital terrestre em ambos os lados do Atlântico, no final da década.

Em primeiro lugar, o edital da FCC não é apenas  para verificar se o padrão DVB-T2 europeu poderia ser usado no futuro para apoiar UHDTV(Ultra High Definition Digital Television) num ambiente de 6MHz dos EUA - a Europa usa 8MHz. Na verdade, o teste em questão visa conhecer o uso do OFDM, (Ortogonal Frequency Digital Modulation) o esquema de modulação que sustenta tanto DVB-T e DVB-T2, nesse contexto particular.



Há uma diferença importante, já que o edital de testes da carta afirma que um dos cinco objetivos do experimento envolve "explorar recursos tecnológicos que poderiam levar à capacidade de desenvolver um padrão de transmissão futuro." Observe o uso do artigo indefinido! Poderia ser um padrão totalmente home-grown (desenvolvido em casa)  em que OFDM é o único fator comum.

Igualmente interessante é um dos outros objetivos definidos, que envolve a "determinar como a qualidade escalável de oferecer um serviço combinado com atributos de transmissão flexíveis pode facilitar a prestação simultânea de transmissão televisiva para vários dispositivos de visualização."

Trata-se de usar a capacidade de 4K para entregar a várias telas em diferentes níveis de resolução, ironicamente, uma ponte para uma técnica que o DVB utilizou para o desenvolvimento de sua suíte terrestre de normas (mas que nunca foi implementada), chamada modulação hierárquica.

É pitoresca  a publicação da revista Broadcasting & Cable  que tem o direito de publicação exclusiva sobre este testes do sistema DVB-T2. Este sistema, na  década de noventa , foi descrito como um conjunto de  padrões  sendo usado em um número expressivo de países europeus.
Na feira de radiodifusão IBC 2012, realizada em outubro passado em Amsterdam, Holanda, foi anunciado oficialmente que o sistema DVB-T2  que 34 países já o  adotaram sendo, entretanto, utilizado em apenas  em 23 países. O esforço europeu continua o mesmo dos anos 90 em tornar seu sistema como global.

Pedro Siebert, diretor do projeto do DVB, em sua conferência no encontro na Holandf discorreu sobre sua visão de como a iniciativa FOBTV (Future of Broadcast TV), que visa unificar os padrões terrestres diferentes ao redor do mundo, pode evoluir.

Siebert disse ele previu que o FOBTV seria  "um espaço comum de conhecimento técnico", o que para ele significava que teríamos um núcleo comum de tecnologias e talvez pequenas variantes em diferentes regiões - e por isso necessitava um hardware comum, um núcleo.

Talvez o que estamos testemunhando na aprovação do  FCC é o primeiro passo para a modulação OFDM emergir como um candidato provável para a sua  inclusão nesse núcleo comum.

É incrível que os nossos esforços em incluir o Ginga, nosso middleware compatível com os universos de radiodifusão como o de IP, como padrão da UIT (União Internacional de Telecomunicações) não esteja no bojo desta discussão nos EUA.

Porque o nosso governo não apoia formalmente esta batalha pela única tecnologia essencialmente brasileira e hoje adotada em toda a America do Sul, Central e dando seus primeiros passos na Africa? Por que a nossa Anatel não solicita ao FCC que inclua nos testes o nosso Middleware? 

Ortogonal, ele é compatível com o DVB-T2.
Vamos perder mais esta?



Nenhum comentário:

Postar um comentário