quarta-feira, 13 de março de 2013

Nativo digital gosta de TV? Pesquisa nos EUA diz que sim. Veja porque.



Modelo de TV gratuita agrada o público considerado como "nativo digital" 



A revista "Broadcasting and Cable", em sua mais recente edição de 11.de março de 2013, traz artigo de Jon Lafayette que nos chama atenção por abrir um debate que vai na contramão do que se considera "discurso hegemônico" entre autoridades, acadêmicos e imprensa referente ao futuro das comunicações em seu momento digital: o mundo transportará conteúdos por protocolos IP ( utilizando a Internet banda larga de alta velocidade ) a curto prazo e a transmissão por radiodifusão está com dias contados.

De acordo com um novo estudo realizado pelo Instituto Magid Generational ligado a Frank N. Magid Associates, a Televisão como meio foi em 2012 a plataforma preferida pelos millennials, público cuja as idades variam de 12 a 35 anos que consumiram com mais assiduidade os conteúdos televisivos em relação aos oferecidos via modelos de negocio por demanda como filmes, série e músicas, especialmente oferecidos pelo sistema OTT (Over the Top). Quando o mesmo estudo foi realizado em 2009, os conteúdos exibidos pela TV broadcasting foram classificados atrás dos serviços on demand

Segundo Sharalyn Hartwell, diretora-executiva da Magid Generational Strategies, "a TV está ganhando, em parte por causa das escolhas de qualidade em sua programação". 

Mas o grande fator é a disponibilidade de conteúdos. Acrecenta Hartwell : "O acesso aos conteúdos da TV é muito mais simples e oferecem grande diversidade". A diretora da Magid explica que cinco ou seis anos atrás, as redes não tinham certeza se deviam colocar episódios completos online. " Mas ultimamente está se cristalizando este processo de consumo de conteúdos on-line como mais de um padrão da indústria e que os produtos audiovisuais estão sendo oferecidos na Web ou através dos serviços de VOD". 

A executiva afirna que:"o que realmente acontece é que este procedimento está aumentando o interesse dos millenials em se tornarem audiência permanente da TV global". A especialista lembra que os millennials também são mais afeitos ​​do que outras gerações a se envolver em visualização "binge" (ou multitela).

Hartwell esclarece: "Declarações de interesse que ouvimos durante as pesquisas com este segmento de público foram as descrições de filmes". Entretanto, a pesquisa aponta que para os millenials os temas como dramas e suspense funcionam melhor como programas em formatos em série. E isto, está claro, declara, Hartwell:" porque a facilita a visualização de conteúdos por estes públicos ao acompanhar duas ou mais ações em dispositivos distintos ao mesmo tempo".

Como os millennials estão engajados, como mostra a pesquisa, mais fortemente com conteúdos transmitidos pela TV, as mensagens dos comerciais televisivos devem ser produzidos com bastante esmero quanto ao áudio  É muito curioso este ponto. "Quando se disparam as publicidades nas telas, eles ficam conectados só no áudio da TV" afirma a especialista, utilizando assim seus tablets e smartphones para as conversações sobre o que acabaram de assistir como conteúdo artístico na televisão. 

Em 2009, 37% da audiência com 18 a 34 anos de idade disse que iria "definitivamente aceitar ver anúncios" em troca da capacidade de consumir todo o conteúdo de TV gratuitamente, ressalta o artigo. Em 2012, esse número saltou para 45%. "Esta geração é composta de consumidores experientes, eles são conhecedores de marketing", diz Hartwell. "Eles cresceram com Nickelodeon e Disney". 

Os millenials tem consciência que formam um segmento atraente, e que recebem o trade-off  (o pagamento a fazer pela visualização dos conteúdos gratuitos) com a visualização dos programas de seu interesse pela TV aberta. 
Eles entendem que assistir alguns anúncios é o preço de entrada, e eles estão dispostos a fazer isso."

Para quem dava como certa a preferência pelos modelos OTT dentro deste público nativo digital, esta pesquisa é no minimo intrigante e desafiadora. Eu prefiro ficar com a cautela de afirmar que, neste mundo, "nem tudo o que reluz é ouro".

Vamos aguardar o que vem por aí. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário