domingo, 4 de agosto de 2013


Proteste avalia conexão 3G em 12 Estados e classifica resultados como ''decepcionantes''

A associação de consumidores Proteste fez a análise da cobertura e velocidade da rede 3G de quatro operadoras em 12 Estados brasileiros e afirma ter obtido "resultados decepcionantes". Os técnicos percorreram 5.000 km e comprovaram que há muitos trechos com conexões precárias ou até mesmo sem cobertura nenhuma de sinal. 


MÉDIA DE COBERTURA DO SINAL 

Operadora                                    3G                     Não                  3G                  Sem cobertura
Claro                                              33%                   10%                 57%
Oi                                                   48%                   25%                 27%
Tim                                                41%                  35%                  24%
Vivo                                               51%                   26%                 23%

Fonte: Proteste

Os testes foram realizados de 4 de março a 25 de abril no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.



Nos testes, a associação constatou que nenhuma das quatro grandes operadoras de telefonia móvel – Claro, Oi, Tim e Vivo – cobre mais de 51% dos trechos percorridos, sendo que a região Sul é a menos coberta por qualquer tipo de sinal. 

A Claro, a pior entre as avaliadas, mostrou cobertura 3G em apenas 33% das medições e nenhum sinal em 57% das medições. A Vivo, melhor entre as avaliadas, teve 51% de cobertura 3G e 23% das medições sem cobertura.

No pior cenário, no Sul, o cliente Tim não se conectou à rede em oito a cada dez vezes. No melhor, no Nordeste, com a Vivo, a internet móvel funcionou em sete em cada dez caso.

No Estado de São Paulo, seis em cada dez tentativas de acessar a rede 3G pela Claro foram sem sucesso. A Proteste afirma que, em média, houve problemas ou não foi possível conectar-se em mais da metade das tentativas de usar o 3G da operadora. A Claro também teve baixos desempenho fora da região metropolitana de São Paulo e baixas taxas de downloads no Nordeste.




Já a operadora Oi teve desempenho ruim no Nordeste. A empresa apresentou boa conexão em poucos pontos dos quase 2.000 km rodados pelos técnicos. A velocidade do 3G foi de no máximo 1 Mbps (Megabit por segundo) em Salvador, Maceió, Recife, João Pessoa e Fortaleza. Nas estradas, a recepção do sinal no teste foi ruim e ou inexistente. 

Um caso observado durante o teste foi a inexistência de sinal da Oi na cidade de Sorocaba (SP). A conexão nas estradas paulistas, ainda de acordo com a associação de consumidores, ficou aquém do esperado. 

A Tim apresentou sinal fraco no litoral paulista e nas cidades de Foz do Iguaçu e Florianópolis. A conexão também foi lenta em Belo Horizonte (MG), Paraty (RJ) e nas cidades de Sorocaba e Campinas (SP). 

A operadora Vivo teve desempenho pior na região Sul, com taxas ruins de download. Ela também apresentou problemas durante testes nas estradas paulistas.

Respostas das operadoras sobre o teste

A Claro informou por nota que "está presente com sua rede 3G nas principais rodovias do país" e "realiza investimentos constantes para a expansão de sua rede e ampliação da capacidade já instalada". A empresa afirma ter sido a operadora com "os melhores resultados nos indicadores de acesso a dados no mês de abril, sendo a única a atingir a meta também para a rede 2G", segundo a última avaliação da Anatel, divulgada no dia 26 de julho.



LEVANTAMENTO – 3G NO BRASIL
Nenhuma das quatro grandes operadoras cobre mais de 51% dos 5.000 km percorridos.
Região Sul é a menos coberta por qualquer tipo de sinal.
Claro foi a pior avaliada, com 3G em 33% das medições e 57% das medições sem cobertura.
Vivo foi a melhor avaliada, com 3G em 51% das medições e 23% das medições sem cobertura.
Melhor cenário foi no Nordeste, com a Vivo: a cada dez tentativas, sete tiveram sucesso.
Pior cenário foi no Sul, com clientes da Tim: a cada dez tentativas, oito não tiveram sucesso.

Ainda segundo a operadora, até 2014, serão investidos R$ 6,3 bilhões no país em infraestrutura de rede, sendo parte desses investimentos destinada especificamente para o reforço da cobertura 3G nas estradas do país. "A Claro já conta com cobertura 2G na maior parte da malha viária brasileira."

A Oi informou que "está investindo fortemente na expansão da cobertura e da capacidade da rede 3G em todo o país". Segundo a empresa, de janeiro a junho deste ano, sua rede 3G chegou a mais de 170 novos municípios e que, em 2012, "o número de municípios cobertos pela rede 3G da empresa cresceu 155%". A Oi informou também que as estradas são cobertas, principalmente, com sua rede 2G e que tem foco na melhoria da qualidade da da experiência dos seus clientes. Como complemento à rede 3G, a Oi afirma que está investindo no serviço de internet móvel Oi Wi-Fi.



A Tim afirmou por meio de nota que está avaliando os resultados do teste feito pela Proteste para verificar oportunidades de melhoria em sua rede 3G ao longo das estradas brasileiras. A operadora chama atenção, no entanto, para o fato de que "as estradas brasileiras são rodeadas por montanhas e outros acidentes geográficos que podem impactar a qualidade da cobertura". Segundo a Tim, no triênio que vai até 2015, 90% do seu investimento de R$ 10,7 bilhões serão utilizados em projetos de infraestrutura.

A Telefônica Vivo afirmou que a maior parte dos recursos investidos nos últimos anos foi na "expansão e modernização da infraestrutura de redes e sistemas". Segundo a operadora, os investimentos da empresa totalizaram a R$ 6,1 bilhões em 2012. A empresa informou que está construindo novas rotas para 3G e 4G, mas afirma existir áreas possíveis de atender apenas via satélite.




A empresa citou ainda um estudo do SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal) sobre cerca de um terço dos municípios terem legislações restritivas à expansão da infraestrutura de telefonia móvel, como instalação de antenas. "A Telefônica Vivo tem feito alguns movimentos para minimizar a situação, como compartilhar infraestrutura com outras operadoras."Preços e campanha

A Proteste afirma que, apesar da qualidade ruim do serviço 3G no país, as operadoras cobram caro pelos planos. As diferenças entre os planos básicos e os mesmos planos com 3G podem chegar a R$ 100 no caso da Claro e da Oi.

Após os resultados taxados pela associação como "decepcionantes", a Proteste lançou o site www.embuscado3gperdido.com.br para que os consumidores possam relatar problemas que enfrentam.

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