segunda-feira, 1 de abril de 2013

URGENTE. Fórum SBTVD quer o adiamento da consulta pública sobre os 700MHz.


Reunido hoje em São Paulo,  o Fórum SBTVD, que cuida das harmonizações e as questões técnicas sobre a implantação e padronização da TV Digital no País, discutiu proposta que recai sobre o adiamento da consulta pública sobre a questão do uso das frequências de UHF alto

(Google images)

Segue o texto, na íntegra:
Abaixo segue proposta para o pedido do adiamento da Consulta Pública 4G

Entendemos como inconteste a importância da implantação dos serviços de banda-larga no País, entretanto mostramo-nos preocupados com os possíveis efeitos que a interferência mútua poderia causar em determinadas circunstâncias; tanto nos dispositivos LTE/4G como nos receptores de TV Digital sugerimos o adiamento da Consulta Pública até que testes laboratoriais e de campo sejam realizados, e que, a partir dos resultados se possa identificar os possíveis potencias problemas de interferência mútua e ao mesmo tempo que soluções para mitigá-los tenham sido estudados; 

Uma análise estritamente teórica indica possíveis interferências nos receptores de TV Digital provenientes tanto das ERBs assim como, nos piores casos dos dispositivos portáteis 4G. As interferências nos receptores de TV Digital podem ser originadas tanto pela irradiação das estações bases ERBs, assim como pelos dispositivos terminais LTE, tais como; Dongle USB para internet, Modems ou dispositivos hand-held, 
mas não limitados a estes. 

Teoricamente é sugerido que a interferência dos dispositivos terminais deva ser os mais problemáticos por estarem muito mais próximo aos receptores ISDBT que em determinadas condições pode sobrepor-se ao sinal DTV terrestre causando alguns efeitos possíveis, tais como; interferência com degradação significante no som e imagem por meio de surgimento de artefatos (falhas em pixels) ou interrupção do som, imagens congeladas ou pretas, ou ainda, nos piores dos casos a perda por completo do sinal. 

Tal interferência pode ocorrer tanto na TV aberta como na TV Digital por cabo.

Para que se chegasse a esta conclusões, na avaliação teórica foram levados em consideração os seguintes aspectos técnicos;
a. Todos os televisores fabricados até esta data, assim como todos os que serão fabricados até 2018 contemplam a sintonia dos canais até o 69, o que deixa um gigantesco parque instalado;

• Mesmo tendo sido anunciado que em 2015 está previsto o switch off  analógico em aproximadamente 800 dos mais de 5.500 municípios brasileiros e a consequente reorganização do espectro para a reacomodação da banda-larga, a indústria não teria como produzir e distribuir aparelhos de forma segmentada por municípios e mesmo que fosse possível teríamos ainda um enorme parque instalado o qual deixaria um enorme legado ao qual seria necessário encontrar contramedidas para as possíveis interferências;

b. A realocação dos canais de TV digital terrestre para acomodação do espectro de banda larga tem por premissa o efetivo emprego dos canais na banda de VHF, que pode trazer como consequência a instalação de antenas VHF e UHF. Por outro lado, é importante considerar que os receptores portáteis de TV Digital 
em quase toda a sua totalidade não dispõem de recepção VHF.

c. A grande maioria dos receptores produzidos apresenta ainda um agravante, quando o tema é LTE, de utilizarem silicon tuner em suas soluções construtivas; estes componentes apresentam LNA que cobre toda a banda de UHF e assim não oferecendo qualquer atenuação para os canais ocupados pela LTE. Embora já esteja em desenvolvimento tuners com maior imunidade às interferências 4G na banda do dividendo digital, a implementação desta solução apenas será possível após 2018 quando houver a completa transição para a TV Digital e a completa reorganização dos canais.

d. No Art. 9º do anexo à Consulta Pública define que; “O nível máximo de emissão de espúrios nas faixas de 54 MHz a 118 MHz, 174 MHz a 230 MHz e 470 a 698 MHz deve ser de, no máximo, -47 dBm, medido numa faixa de resolução de 100 kHz”. Neste quesito cabe destacar que a sensibilidade dos tuners atuais já chegam ultrapassar a marca dos -100dBm, mesmo que a especificação ABNT-NBR 15.604 defina uma sensibilidade mínima de -77dBm. Além disso, nenhuma restrição é feita à FI (44MHz)

e. Para os usuários que se utilizarem de antena interna a interferência dos dispositivos hand-held nos receptores de TV Digital é entendido pela analise teórica como que inevitável;

f. Para os receptores com antena externa uma das soluções encontradas 
atualmente é a instalação de filtros para atenuar a faixa de frequência ocupada 
pelo 4G, entretanto;
• Para TV Digital aberta deverá apresentar restrições ao introduzir atenuação aos canais próximos à faixa de frequência do filtro, podendo em determinadas circunstâncias deixar de receber estes canais depois de instalado, ou seja; a eficiência do filtro dependerá essencialmente da situação local específica;
• Mesmo com o emprego de filtros, se houver blindagens ineficientes entre a antena e o tuner, estes filtros serão de pouca eficácia.
• Por outro lado, para os receptores que também recebem TV Digital por cabo não serão possíveis a aplicação desses filtros por estarem ocupando a mesma faixa de frequência da LTE. A solução para este caso prevê-se custos elevados, pois pode demandar a substituição de todos os elementos, tais como; cabos de conexão, modem 4G e até mesmo o receptor de sinal de TVD.
• Outra alternativa seria a substituição das antenas do tipo omnidirecional por antenas direcionais, entretanto para esta solução em determinadas regiões serão demandadas diferentes antenas para localizações diferentes das torres de transmissão tanto em UHF como em VHF.

Nota-se que por teoria é esperado que tais interferências possam ocorrer por fatores distintos e que em muitas vezes seja bastante difícil determinar a origem real. Teoricamente seria possível concluir, por exemplo, que em um prédio residencial alguns apartamentos fossem afetados pela interferência enquanto 
outros não. 

Claro que as eventuais interferências poderiam ser eliminadas, mas para tanto se tornaria necessário buscar a origem exata do fenômeno e aplicar diferentes soluções para cada caso, já que seria necessário levar em 
consideração a intensidade do sinal ISDBT recebido, situação de difusão e recepção dos dispositivos LTE, cabos de conexão, antena entre outros não menos importantes. Estudos realizados nos países onde o 4G foi implantado ou em fase de implantação demonstram que existem apenas medidas, muitas vezes de difícil 
operacionalização, para mitigar o problema.

Fórum SBTVD. 
Texto em apreciação


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