segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Vale a pena lutar pelo Ginga?

Fazer inovação neste País não é tarefa fácil. 

Idéías brilhantes e promissoras saem dos laboratórios e dos centros de pesquisa com expectativas altas de solucionar questões complexas, apresentar respostas para demandas em diversos setores, tornar-se benchmarketing  em implementação exitosa de suas especificações.

(Google images)


Entretanto a distância entre o desejo de se estabelecer e a realidade fria e perversa dos números orçamentários das empresas, a disputa fratricida entre os projetos para merecer investimentos se soma a miopia de controladores e gestores em não perceber a qualidade destas inovações e suas potencialidades.

Uma corrida pela sobrevivência então se instala. E neste contexto, cotoveladas, gravatas, caneladas são a parte mais leve. Dificil é mesmo se livrar dos jogos de gabinete, das maledicências que implicam em retirar do páreo os concorrentes ao bolo de recursos disponíveis.

Middleware Ginga venceu grande parte desta corrida. Foi escolhido como elemento vital de interface entre diversas linguagens de programação, solução esta interamente nacional.

Tornou-se padrão UIT (União Internacional de Telecomunicações) tanto no campo das plataformas IP como no da radiodifusão. Portanto, segue sendo um produto interoperável disponivel. . Talvez o único já recomendado pela instituição internacional . Mas isto basta?

Não, senhores. O Ginga ainda não acreditado no mercado pelos interesses enviazados das propriedades intelectuais de outros padrões que mesmo com menor eficiência e amplitude, são defendidos, neste momento em que o setor discute padronizações universais. 

E o mais grave. Por aqui, ainda não deslanchou. 

Politicas de implementação das smart tvs ,  globais e principal produto das montadoras de dispositivos eletroeletronicos, por serem em mercados onde as circunstâncias economicas de infraestrutura são bem diferentes das que apresentam a grande maioria das paises do chamado  'mundo em desenvolvimento' não incluiram o Ginga. 

No Brasil estes fabricantes foram convidadas, pela PPB de 2011, a embarcar em seu terminais built-in, o Ginga em sua versão Full (NCL/Lua +Java ), mas apenas, a que se refere ao perfil A, exatamente o que tem conexão com as TVs BroadBand (Banda Larga). Estes abordam, apenas, o encapsulamento de aplicativos. Nada de videos interativos, que reproduz própria linguagem televisiva e que tanto sucesso faz, inclusive pela Internet através das redes sociais.Os viedos interativos necessitam do perfil C que ainda nem foram discutidos pelo Forum SBTVD.

Diante disto, cabe o questionamento? Existem programas que nasceram na Rede Web e que migraram com êxito para o ambiente da Radiodifusão? Existe uma linguagem audio-visual própria para a Internet?

Então porque não utilizar o óbvio. Usar uma tecnologia interoperável que codifique e decodique de modo universal as linguagens deste dois mundos, tão afins.

Mas, não. Outras explicações aparecem para que , aos poucos se vá minando esta posibilidade. Entre estas a que defende a hegemonia do tráfego IP para audiovisual, com soluções pagas. E baseadas em argumentos da concentração e verticalização desta realidade broadcasting. Será que o modelo de TV pública se encaixa nisto? Tenho certeza que não. 

Valer a pena apostar no Ginga. Mesmo que seja para que, no futuro, possamos contar aos nossos netos que existiu uma solução maravilhosa feito no Brasil para resolver a questão convergência das midias, mas que morreu como despareceram tantas outras idéias maravilhosas que não encontram guarida no mundo real.

Espero que quanto a isto,  eu esteja totalmente equivocado.

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