terça-feira, 6 de novembro de 2012

Audiência, como atender as demandas de conhecimento sobre perfis, hábitos e fidelidade?


Tenho vivido quase toda minha vida profissional com um dilema que não é pessoal, mas existencial. Porque algumas produções, tem êxito, tornam-se exemplos de sucesso popular e outras não?



Muitos poderiam dizer que as condições, características, temporalidade, estruturas de produção, distribuição podem influir nesta resposta. Sim, é verdade. Mas, cá para nós? Não há também um pouco de falta de eficiência na mensuração das causas reais de predileção das pessoas por esta ou aquela obra artística?

Voltados para o universos da medição da TV sempre fomos obrigados a aceitar a evolução da medição nascida nos anos 30 como fruto do embate fratricida entre os 'frankfurtianos' como Marcuse, Adorno e Hockheimer e sua teoria hipodérmica e os 'funcionalistas' norte-americanos como Lazarfeld, Merton.

Mais tarde Katz e o desenvolvimento de uma pesquisa empírica de audiência que ficou conhecida em seu famoso trabalho  'Sociologia da Comunicação de Massa' apresentou  esquemas de 'recall' com entrevistas instantâneas com o público com a famosa pergunta: o que você assistiu hoje? ou mesmo com as entrevistas de opinião onde o programa exibido 'ao vivo' fosse analisado por um grupo de espectadores .

Hoje estamos na fase dos 'people meters' equipamentos invasivos, colocados nas casas de pessoas escolhidas por amostragem baseada em características econômicas, sociais, de idade e gênero. Esta metodologia imprecisa e pouco científica é a que é utilizada até agora e é venerada por agências de publicidade como norte magnético de suas compras de mídia.

Em viagem recente a Universidade de Stanford na California, pude verificar novas possibilidades revolucionárias de aferição de audiências baseadas em 'metrics' ,ou seja, metrificação dos dados individualizando estas medições através de técnicas de 'tracking', ou análises comparativas cotidianas de atuação. 

E mais. A empresa 'Technicolor' está desenvolvendo em sua oficina de Palo Alto, pertinho de Stanford, uma pulseira sensitiva que mede, através de um sensor, as tensões elétricas da pulsação cardíaca e elétrica do corpo do individuo e a utiliza para aferir sentimentos e variações emocionais durante a exibição de um comercial de TV ou mesmo um episódio de alguma série.

(Google Images)

São impressionantes os resultados. Além de constatar fielmente numa residência a presença de um ou mais indivíduos diante do aparelho televisor ainda mostra como  reagem em contato com o conteúdo exibido. 

Isto gera ruptura de paradigmas. Parece inexorável esta mudança. Mas não sem luta, sangue, suor e lágrimas.  

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