terça-feira, 13 de novembro de 2012

Internacionalização da sistema nipo-brasileiro. Problemas à vista

Quando em 2006, a então Ministra Dilma Rousseff esteve na Argentina e no Uruguai informando formalmente aos governos destes países vizinhos (seguimos, seus assessores,  na sequência para o Paraguay, com o mesmo objetivo) sobre a decisão brasileira de adotar o padrão de modulação BST-OFDM do sistema japonês ISDB-T para a TV Digital, começamos concretamente nossa batalha de convencimento pela adoção regional do sistema nipo-brasileiro que nascia.  

(Google images)
Entre as inúmeras viagens que fizemos a todos os países da America do Sul, América Central e África obtivemos êxito em quase todos, exceto à Colômbia e Panamá nas Américas (entre os que ainda não haviam decidido por nenhum sistema até aquele momento)  os países africanos, cujo cenário bem distinto do americano, ainda está em fase embrionária de implantação.  

Este processo teve , além da inestimável colaboração do ex-presidente Lula que, percebendo seu alcance  escreveu diretamente de próprio punhos mensagens a seus colegas presidentes dos países amigos latino-americanos e africanos. 

Seus enorme prestígio internacional abriu para portas para o nosso trabalho de convencimento, especialmente em visitas a esses países, quando sempre tinha um tempo, em sua intensa agenda, de solicitar a atenção dos mandatários dos países que visitava para a adoção de sistema de TV Digital que propiciasse com seu uso a inclusão digital e social  de seus usuários. 

Hoje mais de 15 países adotam o sistema nipo-brasileiro em todas as partes do mundo com mais de 650 milhões de pessoas potencialmente dispostas a sua oferta como plataforma digital.  Entretanto, as mais recentes noticias que recebemos deste grupo de países não é  tão alvissareira.

A Argentina, depois de não concordar com o uso da linguagem procedural Java como integrante do projeto Ginga, partiu para o desenvolvimento isolado desta plataforma de middleware e o consequente desenvolvimento da interatividade com limites mais amplos de uso, incluindo-se ai os videos interativos, canal de retorno e up grade de software pelo ar. 

Já são mais 2 milhões de terminais de conversão digital entregues a polução, mais 2 milhões previstos para 2013 e cerca de 1.200 milhões de  tablets com Ginga, todos usando a linguagem declarativa NCL/Lua, desenvolvida originalmente no Brasil pela PUC-RJ  

O Chile em reunião de grupos acadêmicos de toda a região para discutir interoperabilidade de sistemas e do qual participaram membros do governo chileno, acusaram o Brasil de não estar cumprindo os acordos realizados entre os países à época da adoção do ISDB-T 

Uruguai, Paraguai , Bolívia, Equador e Venezuela vão pelo mesmo caminho. A propósito, cresce a cada dia que passa, em razão deste hiato provocado por este cenário de inércia, a substituição das ações integradoras pelo uso de serviços interativos na TV Digital. gratuitos e inclusivos em grande amplitude pelas que defendem o uso das tecnologias por IP, pagas e de alcance limitado a curto prazo em toda a região.

Falam em exportação do atraso tecnológico pelo Brasil para região. Que absurdo.  Só quem defende a substituição dos conteúdos audiovisuais pagos pelos gratuitos é que  pode pensar assim. Não utilizar a televisão radiodifundida gratuita como processos de integração tecnológica e de acesso a informação para as regiões mais deprimidas economicamente em todo mundo - são cerca de 4.6 bilhões de pessoas sem internet no planeta e com acesso a TV - é pensar sob o ponto de vista da segregação.

Vamos caminhar juntos, todos países e  instituições tecnológicas do setor digital para o mundo convergente. Temos que fazê-lo sob  o risco inexorável da exclusão digital e social

Mas quem tem este compromisso?

Nenhum comentário:

Postar um comentário