TV Digital Terrestre, mudando para ficar
A Televisao Digital Terrestre nunca foi utilizada no mundo em sua potencialidade, razao pela qual suas facilidades foram apresentadas ao publico parcialmente, ou mesmo, "engavetadas" pela industria de equipamentos eletroeletronicos de recepcao.
A razao da portabilidade, multiprogramacao, interatividade com canal de retorno no ambiente TVD, nao terem sido exploradas a contento pode ser explicada por varios fatores, mas um se destaca por ser, ao certo, a raiz da questao: a avassaladora penetracao da Rede Mundial e todas as suas incriveis ofertas de acesso a informacao.
Apesar do fato concreto, onde a disseminacao da Internet de Alta Velocidade passa a ocupar no inicio do seculo 21, o protagonismo entre as redes de distribuicao de conteudos, nao deve passar desapercebido dois fatores fundamentais que explicam que este reinado nao e completo e hegemonico em todas as diferentes sociedades.
Apesar do fato concreto, onde a disseminacao da Internet de Alta Velocidade passa a ocupar no inicio do seculo 21, o protagonismo entre as redes de distribuicao de conteudos, nao deve passar desapercebido dois fatores fundamentais que explicam que este reinado nao e completo e hegemonico em todas as diferentes sociedades.
O primeiro, claro, e que a infraestrutura que permite a oferta de Banda Larga em todo planeta mostra-se escalavel apenas onde ha renda per capita acompanhando a politica tradicional de retorno do investimento, sem adversarios de peso no mundo. Nas regioes onde a pobreza e hegemonica, o progresso chega devagar e para poucos, numa perversa construcao que, obrigatoriamente leva a formacao de contingentes de bilhoes de excluidos do cenario WEB.
Em seguida, a proprio modelo economico de entrega de conteudos audio visuais que privilegia, nos paises desenvolvidos a retribuicao do cidadao pelo acesso a informacao recebida, na tentativa de monetizar cada contribuicao ao segmento da cadeia de producao destes conteudos, desde produtores aos empacotadores e distribuidores.
Assim, o que era uma oferta gratuita de acesso ( muitos dizem da gratuidade indireta neste caso, pois o preco desta oferta estaria embutido no produto vendido ao consumidor que, portanto, pagaria a propaganda do anunciante inserida na grade de programacao das TVs ) passa a ser diretamente pago pelo cidadao.
Nos Estados Unidos, um fenomeno de comportamento vem sendo objeto de atencao do setor de informacao e comunicacao: o cord-cutting. Trata-se de escolha pelos espectadores, de modelos que atendam necessidades atemporais de uso dos dispositivos, ou seja, sem que sejam obrigados a atender a horarios fixos de transmissao, criando assim, a cultura on demand.
Esta postura que vem sendo apropriada por um numero cada vez maior de pessoas em todo mundo, gera um cisao no interesse de uso entre grades fixas de programacao, modelo usual da TV aberta e gratuita como tambem, da TV a Cabo ou por Satelite. Surgem os modelos OTT ( Over the Top ) e VOD ( Video on demand ), onde os conteudos audiovisuais sao transmitidos pelas redes de telecomunicacoes e ofertados em portais onde se pode escolher a qualquer tempo, seu filme, serie ou programa favorito.
Os numeros atuais vem mostrando que os modelos OTT e VOD vem sendo preferidos em detrimento dos servicos de cabo ou satelite. Este o fenomeno cord-cutting, pois para assinar os novos servicos dos portais on demand, um numero expressivo de pessoas vem cortando suas assinaturas das modalidades de TV paga com grade fixa.
Mas, o mesmo nao se da com a TV Terrestre aberta e gratuita. Numeros recentes das agencias de pesquisa mostram que em 2013, a audiencia deste modelo gratuito cresceu de 9% para 17%, perfazendo um crescimento real de 90%. Porque? Por que utilizam esta plataforma, repetimos, gratuita, para receber programacoes AO VIVO, que somam a assinatura das plataformas por demanda. Sao jovens, estudantes, profissionais em inicio de carreira, grupos de baixa renda.
A este cenario se poderia somar outro, o da disruptura, tema que ja abordamos neste Blog e que prometemos aprofundar numa futura postagem.
Como conclusao podemos dizer que quem tem a banda larga na porta de casa, vem escolhendo, dentre as inumeras ofertas disponiveis, as mais economicas e que lhes satisfacam. Quem nao tem banda larga ( 4,6 bilhoes de pessoas em todo o mundo ) tem na comunicacao por radiodifusao, radio e TV abertas, o unico modo de conhecer o que passa, instruir-se e divertir-se.
TV Terrestre Digital vem chegando lentamente, vencendo preconceitos e lutando com suas proprias visceras por tornar-se o que potencialmente ja o e: uma plataforma moderna, com facilidades que devem se ombrear a outras congeneres digitais, desde que vista pelo Poder Publico e pela Sociedade nao uma tecnologia ultrapassada, o que definitivamente nao o e, mas uma estrutura de informacao que chega gratuitamente aos lares, agora com a oferta real de servicos agregados que a tornam competitiva.
Uma ressalva. O modelo ultrapassado de parcialidade editorial deveria ser punida de algum modo, dando margem a que seja substituida por uma neutralidade na construcao e abordagem das informacoes transmitidas e que, valorizado o papel de formacao critica do telespectador, da inovacao tecnologica permanente e da criatividade.
Uma ressalva. O modelo ultrapassado de parcialidade editorial deveria ser punida de algum modo, dando margem a que seja substituida por uma neutralidade na construcao e abordagem das informacoes transmitidas e que, valorizado o papel de formacao critica do telespectador, da inovacao tecnologica permanente e da criatividade.
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