segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Videos interativos não são somente aplicativos.

Quando iniciamos nossa trajetória em busca de soluções para a introdução de videos  interativos no projeto de TV Digital que ora iniciamos em João Pessoa, na Paraíba, em conjunto com oito empresas mais três universidades, esbarramos nas dificuldades de disponibilizar videos de 04 ou 05 minutos com interatividade,

A razão é simples.Tudo até agora foi pensado para que aplicativos, ou sejam softwares com gadgets  baseados em linguagem HTML, exatamente como na Rede Mundial, pudessem ser oferecidos ao público. A ideia vem da disseminação global das tecnologias por IP, deflagrada através de estruturas bidirecionais, cujo desenvolvimento tem a marca de empresas focadas em países onde a oferta de banda larga é abundante e com boas condições de tráfego.  

(Google images)
Claro que este é o mundo do audiovisual, cujo acesso é pago. Quando nos voltamos para cenários como o Brasil, onde pelo menos 90 milhões de brasileiros tem situação financeira critica, sem resíduos pecuniários pára investir em informação e cultura, o panorama muda completamente. 

Por esta razão, trabalhar sobre esta plataforma de linguagem televisiva, onde se respeita e se aproveita dos formatos consagrados pela radiodifusão e que ainda são a base, junto com a linguagem cinematográfica, da produção audiovisual em todo o mundo, é, no minimo, sensato. Mas difícil, muito difícil. 

Percebemos durante a ação de João Pessoa o quanto não nos preparamos para programa o Ginga para a linguagem televisiva. E , deste modo durante as produções apanhamos muito. Desenvolvedores, produtores, radiodifusores públicos, arregaçaram  as mangas para vencer os desafios de proporcionar esta entrega de benefícios públicos oferecidos pelos níveis de governo à população. E ainda testar o canal de retorno via 3G. 

Os resultados serão mensurados pelos consultores do Banco Mundial com relatório final entregue até final de março de 2013, analisando o exito da utilização por 100 famílias do programa Brasil sem Miséria destes videos interativos com conteúdos voltados para saúde, previdência social, documentação pessoal, bolsa de emprego e um programa de movimentação bancária.

O que nos assusta neste momento é que os programas correlatos e que poderiam estar, em parte, trabalhando neste mesmo sentido, tenham seus maiores investimentos voltados para o mundo IP e geridos por especialistas em telecomunicações. Até porque estes desenvolvimentos de aplicativos já são uma realidade inexorável.   

Talvez, quando os laboratórios previstos para ajudar na disseminação do Ginga se depararem com as dificuldades de se criar videos interativos e não somente aplicativos HTML, os brasileiros, representando os 4,6 bilhões de pessoas no mundo sem Internet, mas com TV, possam se sentir incluídas.

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